O filme estadunidense “Uma prova de Amor” retrata a vida de Kate, uma adolescente com câncer e que necessita de transplantes para dar continuidade aos tratamentos e sobreviver. Analogamente à obra cinematográfica, é perceptível a importância desse procedimento para a manutenção da vida. No entanto, apesar do viés positivo, ainda existem muitos dilemas associados à doação de órgãos, especialmente no Brasil, devido à insuficiência de informações veiculadas pelo Estado sobre o assunto e ao aumento da resistência familiar em decorrência do sentimentalismo.
Em primeira análise, é fundamental compreender como a desinformação não combatida pelo governo atinge o processo de doação de tecidos. Para isso, em consonância com o filósofo Hobbes e sua teoria contratualista, a relação entre a sociedade e o Estado é firmada por um acordo que visa harmonia e a segurança, todavia, ao não deliberar de forma coesa determinadas pautas, esse bem-estar se desfaz. Dessa forma, infelizmente, tal perspectiva ocorre na discussão sobre a doação de órgãos, pois a ausência de campanhas suficientemente explicativas, isto é, que expõem todo o processo do procedimento gera uma desinformação que causa medo. Desse modo, o equilíbrio que deveria existir sobre a pauta é substituído pela insegurança, uma vez que deixa a população vulnerável a especulações falsas. Logo, lamentavelmente, isso gera uma sobrecarga no sistema de saúde, pois quanto mais desinformação, mais negações ao procedimento ocorrem e menos vidas podem ser salvas.
Em segunda análise, é válido, também, citar que o abalo emocional provocado pela perda cria uma resistência à doação dos órgãos do ente querido, o que configura mais um dilema ligado ao processo. Nesse sentido, segundo o “G1”, 43% dos familiares, em 2019, negaram a realização do procedimento. Sob esse viés, pode-se dizer que o luto é um dos principais precursores dessa alta porcentagem, pois, infelizmente, o falecimento de um familiar gera sentimentos como impotência, desespero e afeto excessivo. Dessa maneira, ao prezarem pela preservação do corpo, pela vivência e pelas memórias criada com aquele ente querido, muitas famílias acabam optando por não doar os órgãos daquela pessoa. Por isso, o apoio emocional também deve fazer parte da rotina do procedimento de doação.
Portanto, diante do exposto, medidas devem ser tomadas para amenizar o panorama dos dilemas da doação de órgãos. Logo, cabe ao Ministério da Saúde promover programas sociais com reuniões comunitárias e palestras visando um maior entendimento sobre o assunto. Essa ação pode ser feita por meio de uma readequação dos gastos públicos, uma vez que os impostos pagos pela população são para o melhoramento do bem-estar. Em adição a isso, o Ministério da Cidadania, em união com ONG’s, deve promover projetos de consolação familiar de pacientes com potencial de doação. Assim, mais realidades como a de Kate serão realizadas.
Smirna
C1: 120
Sua escrita é muito boa. Contudo, ainda notei alguns erros no uso de vírgulas e concordância.
“pois a ausência de campanhas…” – Creio que após esse POIS, deveria ter uma vírgula.
“é válido, também, citar…” – A maneira mais adequada de escrever esse trecho seria TAMBÉM É VÁLIDO CITAR… Essas vírgulas estão postar de maneira errada.
“Pela vivência e pelas MEMÓRIAS CRIADA com aquele…” – Pela lógica, faltou um s em CRIADAS.
Ah, e também a redundância de termo.
“processo do procedimento gera uma desinformação…” – Foi uma escolha equivocada quando optou por PROCESSO DO PROCEDIMENTO”.
Por fim, você escreveu “ONG’S”. Não se usa a forma abreviada, apenas siglas ou letras, se não foi citado anteriormente na forma extensa. Logo, deveria ter escrito “Organizações não governamentais”.
C2: 120
Ao meu ver você entendeu a proposta, embora tenha elaborado de maneira muito confusa seus argumentos.
Você se estendeu demais e acabou repetindo as mesmas ideias com outras palavras.
Por exemplo, no seu 2° parágrafo você inicia com a ideia de que o governo não informa adequadamente a população sobre o tema. Depois, parafraseia com o pensamento do filosofo sobre essa quebra de contrato, que retoma a ideia de que o governo não cumpre seu papel. Em seguida, discorre sobre a falta de medidas por parte do governo e, por fim, volta a falar da quebra de contrato.
Resumindo, muito discurso para pouco conteúdo.
Fez o mesmo esquema no 3° parágrafo.
Ah, e existe uma diferença entre “DOAÇÃO DE ÓRGÃOS” (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) e “DOAÇÃO DE TECIDOS” (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). Ambos são extremamente importantes, mas não são a mesma coisa.
Parece besteira, mas pode te tirar pontos na hora da correção.
C3: 120
Parafraseou uma citação e trouxe dados estatísticos, embora quando mencionou o G1, não informou exatamente o que ele é
Sim, sabemos que é um site de notícias, mas a ideia da redação é convencer o leitor do seu ponto de vista. Se você apenas citar um nome qualquer, como saber se é verdadeiro e confiável?
C4: 120
Bom uso dos conectivos. Entretanto, abusou da repetição de termos.
É válido essa repetição em alguns casos, mas como você usou em excesso, perdeu pontos.
Procedimento: 5 vezes (2 em um único parágrafo e 2 em outro)
Órgãos: 5 vezes (2 no mesmo parágrafo)
Doação: 5 vezes (2 no mesmo parágrafo)
Desinformação: 3 vezes no mesmo parágrafo
C5: 160
Vale lembrar que uma conclusão deve apresentar 5 elementos: Agente (quem?), Ação (o quê?), Modo (como?), Efeito (para quê?) e Detalhamento (Explicação e exemplos).
Portanto, diante do exposto, medidas devem ser tomadas para amenizar o panorama dos dilemas da doação de órgãos. Logo, cabe ao Ministério da Saúde (AGENTE) promover programas sociais com reuniões comunitárias e palestras (AÇÃO) visando um maior entendimento sobre o assunto (EFEITO). Essa ação pode ser feita por meio de uma readequação dos gastos públicos (MODO), uma vez que os impostos pagos pela população são para o melhoramento do bem-estar (DETALHAMENTO). Em adição a isso, o Ministério da Cidadania (AGENTE), em união com ONG’s, deve promover projetos de consolação familiar de pacientes com potencial de doação (AÇÃO). Assim, mais realidades como a de Kate serão realizadas (EFEITO).
Embora sua conclusão tenha todos os elementos, ela ainda está meio confusa. Tem informação demais. Uma conclusão deve ser direta e resumida, a sua é bem extensa. Além disso, não sei se essa parte dos impostos pode ser entendida como detalhamento, talvez um corretor oficial do Enem não considere. Tome cuidado com isso.
TOTAL: 640
Copetti
1ºPARAGRAFO- Achei muito bacana a citação do filme e gostei muito da introdução. Acredito que você está indo pelo caminho certo.
2º PARAGRAFO- Curti demais a citação de Hobbes, ficou coerente com o assunto trazido por ti. Porém, utilizar “infelizmente” e “lamentavelmente” descredita o perfil objetivo da redação (no sentindo de vedar a suposta imparcialidade buscada na dissertação). Digo isso porque nao eh um bom caminho expressar seu posicionamento de maneira tao direta e subjetiva.
3º PARAGRAFO – Legal a construção lógica do parágrafo. Acredito que tirar o “acabam” tornaria o texto menos coloquial.
4º PARAGRAFO- Muito bom relembrar a Kate, já que torna o texto mais coeso e bem costurado. Talvez focar em apenas um ministério torne mais fácil escrever e atender todos os requisitos da conclusão (quem fará, pq fará, como fará, para quem fará..)
*OBS=O texto está muito bacana. Cuidado ao adotar a palavra “dilema”, já que por definição é uma palavra empregada em alusão a duas situações, A e B.