O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil

O filme “Akira”, de 1988, retrata a cidade futurista Neo Tóquio, que possui uma área central rica e tecnológica em contraste com uma periferia marcada por problemas sociais. Fora da ficção, tais desigualdades também podem ser vistas entre as regiões do Brasil. Nesse sentido, é notável que, a influência de um legado histórico e a falta de iniciativas governamentais eficazes, são desafios que precisam ser enfrentados para superar essa problemática.

A partir desse cenário, pode-se afirmar que as marcantes diferenças econômicas e estruturais entre as regiões do país têm como origem a política de colonização centrada na exploração. Sob tal perspectiva, de acordo com o trabalho do sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, percebe-se que a ocupação das terras nacionais não foi orientada visando a construção de uma sociedade, mas sim pela localização das atividades mais lucrativas. Consequentemente, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, o Sudeste tornou-se um grande polo econômico, de forma que monopoliza o contingente populacional e o desenvolvimento industrial até os dias atuais. Com base nisso, é perceptível que tal abismo entre as regiões precisa ser reparado.

Ademais, as medidas adotadas para o desenvolvimento do país, apesar de minimizarem as diferenças, necessitam de maior efetividade para cumprirem seu objetivo. Acerca disso, nota-se que apenas criações pontuais de projetos nas regiões com menos progresso são insuficientes para dirimir as desigualdades, uma vez que promovem um crescimento instável que pode dispersar-se quando uma área mais atrativa surgir. Tal afirmação pode ser comprovada pelos dados do IBGE, os quais mostram que, em 2014, o Sudeste era responsável por mais de 50% do PIB brasileiro, apesar de projetos de integração nacional, como a Zona Franca de Manaus, já atuarem nesse período. Logo, ações mais planejadas e de maior impacto são importantes para mudar essa realidade.

Portanto, providências precisam ser tomadas para resolução desse problema. A fim de diminuir as desigualdades entre as regiões, urge que o Ministério da Economia crie projetos para geração de capital e de empregos no Norte e no Nordeste, já que são as que mais precisam de atenção. Essa ação deve ocorrer por meio do direcionamento de recursos financeiros para a criação de atividades que aproveitem os recursos e as características de cada localidade. Só assim, ao contrário da cidade Neo Tóquio, o Brasil terá uma maior igualdade entre suas áreas.