O desafio de combater o preconceito linguístico no Brasil

Com um território extenso e uma população de mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil tem vários rostos e várias falas em razão da sua histórica miscigenação cultural. Com essa gama de contrastes, algumas variedades linguísticas se sobressaem às outras. As regiões Sudeste, Centro-oeste e Sul são consideradas, no geral, as referências “corretas” e dialetos sociais que fujam do padrão imposto socialmente, geram preconceito e, por consequência, danos àqueles que os usam.

As regiões mencionadas têm grande influência na monopolização da cultura brasileira na totalidade, muito devido às contribuições econômicas, tanto quanto na liderança da mídia.  De modo empírico, ficaram conhecidas popularmente como uma padronização social do uso da língua e que qualquer dialeto que fuja da regra é considerado de menos prestígio.

Gentílicos nortistas e nordestinos quando visitam outras localizações do Brasil são alvos de preconceito quando têm medo de falar em público ou de ir a uma entrevista de emprego e serem julgados por alguma especificidade linguística ou mesmo pelos seus sotaques. Nesse contexto adverso, é muito comum que estas pessoas sintam-se socialmente excluídas e sua autoestima sendo abalada.

Diante do exposto, fica claro a necessidade da mídia em minimizar a monopolização cultural de algumas regiões ao disseminar em seus veículos de informação a valorização linguística e cultural dessas outras regiões. Desse modo, os brasileiros conhecerão falas e rostos que não podem continuar sendo esquecidos e desprezados. Todas as contribuições culturais fazem parte de um mesmo país e devem ser valorizadas como tal.