O culto à beleza no século XXI: valorização da autoestima ou obsessão?

Na sociedade da Grécia Antiga, a valorização da beleza estética refletia na idealização de padrões de corpos perfeitos, presentes, sobretudo, nas manifestações artísticas gregas. Analogamente ao período histórico citado, nas sociedades contemporâneas, também é perceptível o culto à beleza, mas de uma maneira particularmente obsessiva. Tal obsessão é causada, principalmente, pela influência midiática, e é responsável por uma série de efeitos negativos para os indivíduos.

Primeiramente, faz-se necessária a análise de uma das principais causas da problemática apresentada. Os instrumentos midiáticos são responsáveis por disseminar padrões de beleza predominantemente irreais na sociedade e, por serem fontes de influência no mundo hodierno, geram grande adesão das massas. Ademais, as plataformas digitais originam uma rede de conexões na qual os indivíduos estão constantemente julgando uns aos outros, de forma que a obsessão pela aparência seja uma maneira de preocupar-se com a aceitação social. Um exemplo dessa situação é uma cena do filme “O Dilema nas Redes”, na qual uma menina fica evidentemente incomodada e desconfortável por receber comentários maldosos sobre um de seus atributos físicos nas redes sociais.

Em decorrência desse processo, é válido destacar que a valorização excessiva da beleza afeta os indivíduos em vários aspectos. No plano da alimentação, a tentativa de encaixar-se nos padrões faz com que muitas pessoas, em especial jovens, desenvolvam distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia. Outrossim, a saúde psicológica também é comprometida, fazendo com que distúrbios de autoestima e interação social, crises de ansiedade e depressão sejam cada vez mais comuns na sociedade atual. Dessa forma, é evidente como a obsessão citada gera uma pressão estética fortemente prejudicial aos indivíduos.

Depreende-se, portanto, que medidas são necessárias para reverter a situação. O Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação, deve desenvolver projetos nos ambientes acadêmicos que coloquem em pauta a discussão sobre o culto à beleza no século XXI. Tais projetos podem ser realizados por meio de debates e palestras com profissionais na área de autoestima, saúde corporal e estética. Ademais, é válido que esses projetos também sejam divulgados nas mídias digitais, de forma que atinjam um maior público. Dessa maneira, a valorização da beleza, presente desde sociedades antigas, como a grega, dar-se-á de maneira saudável e positiva para os indivíduos do mundo hodierno.