O consumo ganancioso e irresponsável

No livro “Carta sobre a felicidade” de Epicuro, filósofo grego, é retratada a importância da satisfação apenas com o suficiente para viver, evitando a ganância. Divergindo desta ideia, temos hoje sociedades que desdenham do meio ambiente a fim de satisfazer desejos além do necessário, como é o caso da indústria alimentícia, que enfrenta problemas de sustentabilidade ainda em seus setores primários.

É importante mencionar, antes de tudo, que embora subestimado, o desperdício de alimentos é responsável por 10% dos gases de efeito estufa, como apontam dados fornecidos pela “The lancet”. A pecuária nesse contexto, torna-se vilã desde o início, devido a necessidade do solo, até a sua execução, com os gases emitidos pelo gado bovino e a manteiga, o derivado da pecuária que mais polui.

Cabe ressaltar, ademais, que a produção em massa de alimentos industrializados se deve a uma alta demanda de consumo. No filme de animação “Wall-e”, por exemplo, o consumo desenfreado traz como consequência á humanidade um planeta inabitável, tomado pelo lixo e uma atmosfera poluída. Paralelamente, esse é um destino possível, sendo necessário entendimento a respeito de sustentabilidade não só do produtor, mas também do consumidor.

Portanto, é de suma importância que o governo atue ainda mais no controle da preservação ambiental nas indústrias e na agropecuária. Ao mesmo tempo, escolas, ONGs e a mídia devem colocar os dados sobre o consumo irresponsável ainda mais em evidência e alertar a população sobre as coisas mais simples que são prejudiciais. Como dizia o filósofo inglês Francis Bacon, “Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe”.