O combate a depressão e ao suicídio na juventude.

Na ópera “Vesti la Giubba” de Ruggero Leoncavallo, é retratado liricamente o impensável paradoxo de um palhaço em profundo sofrimento devido a uma traição e também a sua epifania de que o que lhe restava a fazer era esconder as suas angústias e tristezas para agradar uma sociedade que só o quer ver sorrindo. Fora dos palcos, esses sofrimentos estão cada vez mais corriqueiros e recebem o nome de depressão, tem diversas causas e, igualmente, inúmeras e diárias recriminações sociais à quem sofre do dito “mal do século”.

A OMS já revelou o estado epidêmico da depressão no mundo. No entanto, por se tratar de uma doença majoritariamente psicológica, não se é dado a devida atenção e preocupação nos mais diversos espaços da sociedade, principalmente na família do indivíduo afetado, o que gera o desamparo de incontáveis depressivos ao redor do globo.

Em muitos casos, o resultado fatal dessa angústia desesperada e negligenciada é o suicídio do sujeito. Muitos depressivos são condenados a viver com seus conflitos e problemas resguardados em si mesmos devido a falta de profissionais e da ignorância da família no tocante ao assunto. Em adição, o interesse tardio e ainda esparso em relação ao assunto, fez com que muitos não tivessem nem a oportunidade de saber do que sofria.

As soluções que cabem ao poder público aplicar devem ser conscientizadoras aos afetados e punitivas aos responsáveis. O enquadramento da prática do desprezo aos presságios de depressão em crianças e adolescentes ao crime de negligência parental deve ser uma das primeiras atitudes a ser tomada pelo Congresso Nacional, via lei ou medida provisória diretamente pela presidência. Tal atitude é de suma importância para que os jovens e infantes não fiquem desprovidos de respaldo para os seus problemas que, muito além de um problema individual, é um problema para toda a população brasileira.