Na série televisiva “O Conto da Aia” as aias são as únicas mulheres férteis na sociedade gileadiana vistas como objetos reprodutivos que assistem esposas e seus maridos a terem filhos. Nas chamadas Cerimônias, ocorridas mensalmente em seus períodos férteis, as aias são estupradas por seus comandantes enquanto permanecem deitadas nas pernas da esposa. Depois da gravidez, elas devem entregar o bebê ao casal e dirigir-se a próxima casa. Paralelamente, o universo criado pela série não difere muito da realidade brasileira, onde a normalização da violência sexual bem como a sua relativização estão diretamente inseridas na cultura brasileira.
Em uma primeira análise, o documentário estadunidense “Liberated: the new sexual revolution” produzido pela Exodu Cry, faz uma análise de como os perigos de uma sociedade hipersexualizada corroboram, principalmente, para a “normalização” da cultura do estupro, além de expor as raízes da violência sexual. Ademais, cultura é tudo aquilo que é considerado construído e mantido pela sociedade. Do mesmo modo, na sociedade atual, tem-se a construção de uma cultura machista, que perdura desde os primórdios da humanidade, onde há uma constante objetificação e sexualização do corpo feminino, no qual a mulher não é vista como um ser humano mas como um objeto, de prazer masculino. Nesse sentido, a objetificação e a subjugação da figura feminina, corroboram para a normalização do estupro pela sociedade, reforçando ainda mais a violência sexual contra as mulheres.
Outrossim, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todos os anos cerca de 50 mil pessoas são estrupadas no Brasil. Porém, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima que esses dados representem apenas 10% dos casos ocorridos. Dessa forma, percebe-se que o estupro ainda é um crime muito subnotificado e subestimado pela sociedade, o que, na maioria das vezes, é fruto de políticas públicas, e um sistema judiciário, ineficientes, que, sendo influênciados pela “cultura” da relativização do estupro, julga a vítima juntamente com o criminoso, levando-á a permanecer em silêncio, deixando o criminoso impune, e fortalecendo ainda mais esse tipo de violência.
Em suma, nota-se a necessidade de medidas que revertam essa situação. Portanto, caberia ao Estado, através do Ministério da Educação a criação de políticas educacionais que promovam a desconstrução da cultura do estupro, por meio de palestras e grupos de debates na instituições de ensino que iram discutir sobre a importância da desconstrução desse pensamento. Além de, através do Poder Legislativo, a criação de políticas públicas mais efetivas, com penas mais severas para o crime de estupro, e um sistema jurídico mais justo e irredutível a esse tipo de crime, a fim de que a cultura do estupro seja, de fato, combatida, construindo assim, uma sociedade mais justa.
krisleinara27
C1= 160 demostrou bom domínio da norma culta da língua portuguesa.
C2 = 170 compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
C3= 160 selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
C4 = 160 demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
C5 = 170 elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Total: 820
Não faça parágrafos tão extensos, não repita palavras, procure sinônimos e busque escrever cada parágrafo com 3 pontos finais, é o essencial. Vc desenvolve muito bem o texto e parece saber do que está falando, mas na sua conclusão eu senti falta de uma especificação em relação a como devem ser implantadas políticas públicas eficientes ou um sistema jurídico mais justo. A pergunta que fica é através de que?