O aumento da evasão escolar no Brasil

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A Organização das Nações Unidas, por meio dos ODS, um conjunto de metas para a promoção da qualidade de vida global até o ano de 2030, prevê a construção da educação de qualidade para todos. Nesse sentido, o cenário nacional caminha em contraste à agenda da ONU, haja vista o enorme número de jovens brasileiros fora da escola. Sob esse viés, é imperioso destacar dois agravantes dessa conjuntura: a desigualdade social e a omissão da mídia.

 

De início, é relevante considerar a ampliação de disparidades sociais como uma consequência direta da problemática do abandono escolar. Nesse contexto, segundo o escritor Ariano Suassuna, o Brasil é dividido em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos. Sob essa perspectiva, grande parte dos adolescentes, no Brasil, vivem em vulnerabilidade econômica e, por isso, precisam abandonar os estudos para trabalhar, o que os condiciona a permanecer na miséria por impossibilitar seu acesso à educação, principal meio de mudança de vida. Logo, é notório que o aumento dos jovens fora da escola reforça o pensamento de Suassuna, intensificando a marginalização dos mais pobres e a separação dos privilegiados e dos despossuídos.

 

Além disso, é notório o descaso dos meios de comunicação quanto a essa problemática. Sob esse prisma, segundo o filósofo Pierre Bourdieu, o que foi criado como instrumento da democracia não deve ser utilizado como mecanismo de opressão. Sob essa perspectiva, devido ao desprezo dado pelos canais midiáticos no que se refere evasão escolar, o que pode ser observado pela ausência da abordagem desse tema em propagandas e notícias, os cidadãos, condicionados a refletir as posturas da mídia, passam a ignorar esse tópico. Desse forma, evidencia-se que é imprescindível que a escassez de debates acerca do tema seja superada.

 

É urgente, portanto, superar as barreiras que impossibilitam a educação brasileira de se tornar acessível para todos. Por isso, cabe ao Estado brasileiro aprimorar programas do governo que incentivam a permanência dos estudantes na escola, como, por exemplo, o “Pé de meia” e o “Bolsa presença”. Isso deve ocorrer por meio de alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias – redirecionando verbas de forma igualitária para estudantes vulneráveis em todo o país -, a fim de reduzir as disparidades sociais no Brasil. Ademais, é necessário que os meios de comunicação utilizem sua capacidade de propagação para conscientizar a população quanto a importância dos estudos. Assim, o país poderá se aproximar do objetivo proposto pela ONU.

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2 Correções

  1. Os argumentos que você levanta no texto são bons e a construção do texto é coerente, mas toma cuidado muito cuidado com o uso exagerado de linguagem formal, às vezes acaba te custando alguns pontos, fora que pode acabar atrasando a sua escrita… Outra coisa com que deve se tomar mais cuidado é com o uso errado de conectivos, novamente, parece que você tentou “enfeitar” demais o texto e em algumas partes você acaba usando um conectivo atrás do outro “Sob essa perspectiva, devido ao desprezo…”.

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  2. No primeiro parágrafo, quando você menciona sobre os ODS, deve-se colocar primeiramente o nome completo, não a sigla, embora você tenha explicado qual a proposta. Ainda nele, não houve uma coerência/uma ligação entre o repertório e a tese, sendo uma ideia de oposição/contradição. Do meu ponto de vista, eu acho que ficaria melhor se tivesse escrito “No entanto, o Brasil segue contrário a essas metas, visto que há um grande número de estudantes fora da escola”.Além disso, para encerrar o parágrafo de introdução, recomendo você utilizar algum conectivo de conclusão, tais como logo, diante disso/desse cenário e dessa forma. Analisando o segundo parágrafo, não é recomendado usar o conectivo “De início” para iniciar. Utilize, por exemplo, “Em primeira análise/Em primeiro lugar”, “Primeiramente”,”Primordialmente”. No geral, você utilizou um bom repertório sociocultural (o pensamento do escritor), analisou bem e relacionou como se aplica no cotidiano, explicando a causa e a consequência disso, além de encerrar o parágrafo com uma frase explicitando como o problema 1 afeta o tema. Já no terceiro parágrafo você escolheu um argumento de autoridade muito bom, mas não soube fazer uma conexão mais clara entre o problema 1 e o que foi dito pelo filósofo. Além disso, quando você foi apresentar o argumento de causa e efeito -ou seja, qual seria o motivo e o resultado disso-, não houve uma boa organização e bom desenvolvimento desse argumento. Observei também, ainda no terceiro parágrafo, um erro de gramática que, ao invés de ter escrito “Dessa forma”, você escreveu “Desse forma”. Finalmente, no último parágrafo, agora temos a análise das propostas para o combate à evasão escolar. A primeira proposta houve o agente (o Estado), ação (‘aprimorar programas do governo que incentivam a permanência dos estudantes na escola, como, por exemplo, o “Pé de meia” e o “Bolsa presença’), modo (“por meio de alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias”) e efeito (“a fim de reduzir as disparidades sociais no Brasil”), porém faltou o detalhamento do agente. Você poderia ter detalhado da seguinte forma: “Por isso, cabe ao Estado -órgão responsável por garantir os direitos aos cidadãos-…”. Na segunda proposta, identifica-se somente a ação e o efeito. Nesse caso, você pode fazer dessa forma, mas não é recomendado no ENEM deixar de seguir os 5 elementos da intervenção. No geral, você obteve um excelente desempenho tanto na competência 2 (que é caracterizada como a compreensão do tema) quanto na competência 4 (caracterizada pelos recursos e mecanismos linguísticos para a conexão das frases), mas houve desvio na competência 1 (norma-culta da Lingua Portuguesa), na 3 (relacionar as informações para a construção da sua argumentação) e na 5 (intervenção sem ferir os Direitos Humanos). Assim, continue melhorando para obter excelentes resultados no ENEM, pois acredito no seu potencial!

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