O aumento da evasão escolar no Brasil.

        O filósofo francês Michel Foucault, em seu conceito de ‘’Normalização”, define haver na sociedade a repetição de comportamento sem a devida reflexão acerca dessa conduta. Tal análise pode ser facilmente aplicada à postura do corpo social tupiniquim diante do aumento da evasão escolar no Brasil, pois a habitualidade populacional frente à problemática é fruto do desconhecimento. Essa situação tem como origem a raiz histórica do país e é imprescindível enunciar os aspectos socioculturais e a insuficiência legislativa como pilares fundamentais dessa vicissitude.

         Tendo em vista a realidade supracitada, é importante verificar  o fator grupal. Conforme o pensador Jurgen Habermas, a razão comunicativa,  ou seja, o diálogo, constitui etapa fundamental do desenvolvimento social. Nesse sentido, a falta de estímulo ao debate a respeito do aumento da evasão escolar no Brasil, todavia, coíbe o poder transformador da deliberação e, consequentemente, ocasiona afastando ainda mais uma parcela significativa da população, impossibilitando o desenvolvimento em uma parte tão importante da vida. Então, discorrer criticamente a problemática é o primeiro passo para a consolidação do progresso sociocultural apresentado por Habermas. 

          Além disso, merece destaque o quesito constitucional. Segundo Jean-Jacques Rousseau, os cidadãos cedem parte da liberdade adquirida na circunstância natural para que o Estado garanta direitos intransigentes. Entretanto, a falta de apoio emocional do Estado e da família contrastam a concepção do pensador enquanto o maior índice de afastamento estudantil provém de meninas acometidas de uma gravidez indesejada, inviabilizando  a reinserção dessas jovens no ambiente escolar. Desse modo, ações precisam ser executadas pelas autoridades competentes com o fito de dirimir o revés.

           Portanto, entende-se a temática como sendo um obstáculo intrínseco de raízes culturais e legislativas. Logo, o Ministério de Educação, por intermédio de programas administrativos, irá discutir o assunto com profissionais especialistas nessa área, a fim de mostrar as reais consequências do problema, apresentar visão crítica e orientar a respeito das novas medidas de flexibilização do impasse. Essa iniciativa ocorrerá em virtude da elaboração de um projeto estatal em parceria com as instituições (públicas e privadas), a fim de propor uma maior reintegração desses jovens no âmbito educacional. Desse modo, com a deliberação de Habermas e a justiça de Rousseau, a sociedade brasileira romperá com esse comportamento retrógrado, como fora proposto por Foucault.