MATERNIDADE E MERCADO DE TRABALHO EM QUESTÃO NO BRASIL

No filme brasileiro “Que horas ela volta?” é apresentada a imensa dificuldade que cerca muitas mães, sobretudo as menos favorecidas financeiramente: a de unir maternidade e carreira profissional, ou mesmo de estudos. Por isso dentro os diversos fatores que acarretam nesta problemática, o papel social imposto às mulheres por nossa sociedade, bem como as oportunidades desiguais ou mesmo inexistentes e a subsequente dependência financeira a outrem, que são problemas reais e que merecem muita atenção da população para que sejam resolvidos.

Primeiramente faz-se importante salientar que as relações de poder foram, e ainda são um grande empecilho na busca por direitos igualitários, como afirmam dados do começo de 2021, da revista Crescer, onde 64% das mulheres entrevistadas responderam terem sofrido preconceitos por sua maternidade, ou até mesmo terem recusado melhores oportunidades, para não não prejudicarem seus papéis enquanto cuidadoras. Nesse sentido é possível observar o quanto o papel historicamente atribuído ao feminino atrapalha, por diversas vezes, suas vidas para além da maternidade.

Ademais muitas mães sequer possuem empregos formais, e por isso sofrem no que tange à dependência financeira, em que muitas vezes são obrigadas a realizarem as “atividades do lar”, ou ainda a permanecer em relações que já não as agradam mais. Este problema é evidenciado por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que em 2016, as mulheres recebiam em média 76% do rendimento dos homens. Outrossim essa diferença se dá por trabalharem, muitas vezes, em trabalhos informais ou não remunerados, vistos em grande parte como inferiores, ou até mesmo nem pensados como “trabalho”.

Por isso visando sanar esse problema, o Governo Federal deve criar e revisar leis que garantam uma maior participação feminina nos ambientes empresariais, bem como licenças maternidades mais extensas. Aliado a isso, deve também autorizar a implementação de mais concursos públicos, através de uma reorganização na política de gastos, garantindo assim renda mais digna. Nesse viés em um futuro mais justo, as mulheres podem decidir serem mães sem abrir mão de seus sonhos, diferente da obra cinematográfica apresentada que, apesar de fictícia, muito mostra de nossa realidade.