Fuga das escolas

Entre todos os problemas que o Brasil vem enfrentando nesses últimos anos, a evasão escolar é o que causa mais preocupação. Quando os cidadãos de amanhã possuem um futuro incerto, o destino da nação é prejudicado. Embora haja diversos fatores que contribuem para este fenômeno, há dois motivos principais que levam os adolescentes a abandonarem seus estudos, e é preciso analisá-los a fim de resolvê-los.

Primeiramente, há o fardo que muitos alunos sofrem por suas origens numa família de classe baixa. A maioria dos jovens que saem da escola querem ajudar no sustento da casa e se submetem ao trabalho infantil, o que os impossibilita de conciliar as horas de labor com as aulas. Existe ainda o gasto físico e mental que os distraem dos deveres escolares. Além do trabalho, adolescentes também optam por adentrar ao mundo da criminalidade e do tráfico de entorpecentes, devido sua farta compensação financeira. À procura de uma melhora de vida imediata, eles condenam suas oportunidades de uma vida de qualidade a longo prazo.

Em segunda instância, há casos no qual o aluno recusa-se a frequentar a escola por puro desinteresse. Para parafrasear Albert Einstein, “não é possível julgar um peixe por sua habilidade de subir numa árvore”; Contudo, isto é o que está ocorrendo no sistema educacional atual. Crianças que não se encaixam no currículo acadêmico tradicional sentem-se desmotivadas e, em decorrência disso, desperdiçam seu potencial antes do mesmo ser sequer descoberto. Segundo o filósofo e pedagogo americano John Dewey, a escola deve dinamizar sua grade ao indivíduo. É, portanto, o papel da escola identificar as qualidades do pupilo e ajudá-lo a desenvolver seus pontos fortes.

Dito isso, é necessário mudar o quadro da educação brasileira e assim prevenir futuras evasões escolares. Para a resolução do primeiro problema, o governo deve disponibilizar uma bolsa destinada a famílias cujos adultos são desempregados ou possuem baixa renda e as crianças estejam matriculadas numa instituição escolar pública. Em relação ao segundo problema exposto, cabe ao Ministério da Educação modificar o plano de estudos do ensino básico de modo que inclua todos os estudantes e suas individualidades e abranjam os conteúdos à procura de incentivar em seus pupilos o pensamento lúdico, questionador e crítico. O modelo da “Escola Ideal” de Dewey também é encorajado a ser explorado. Tomadas tais medidas, a relação entre o jovem e o espaço escolar melhorará drasticamente.

Se puderem corrigir de acordo com as competências do ENEM, eu ficaria grata! Mas não é de qualquer forma uma exigência, ficarei feliz com qualquer crítica construtiva! Obrigada desde já! :)