Falta de água e saneamento básico

Boa tarde!
Acho que sua introdução ficou um tanto fraca. Achei que ficou com mais aparência expositiva do que realmente uma tese. Acho que poderia caber mais coisa no primeiro parágrafo. Já que você mencionou a seca no Nordeste, poderia ter mencionado sobre as dificuldades que as famílias sofrem por falta d’água. Mencionei o Nordeste porque é a região cuja seca mais discutimos, tamanhos seus desastres nas vidas dos moradores dos sertões. Um exemplo cultural relacionado a isso seria a famosa música “Asa Branca” ou até mesmo a xilografia e o cordel, ambas artes tradicionais para a região e, consequentemente, cobrem, entre vários de seus temas, a seca no sertão.
Aliás, em relação ao ditado popular: eu não sei ao certo se ditados populares são recebidos bem por corretores de vestibular (por um lado, demonstra que você sabe do mundo ao redor; por outro, tem o risco de cair muito no senso comum, porque ditados populares são, bem, populares!) mas independente disto, aconselho que coloque um tracinho “–” entre a frase e a origem (“Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca — Provérbio popular)
Para o seu desenvolvimento, eu achei um pouco seco e sem vida. Assim como no primeiro parágrafo, dava para desenvolver melhor seus argumentos. Por exemplo, você tocou no assunto das endemias. Procure sempre escrever como se o leitor não tivesse conhecimento nenhum sobre o tema — sempre explique sobre as coisas que você menciona, senão a informação vai parecer “jogada”. No caso da endemia, você poderia ter comentado nos perigos da doença, na fatalidade… Se não, como os leitores que nunca ouviram falar sobre tal doença irão se importar?
Falando sobre informações, acho ótimo que você incluiu bastante dados de diferentes fontes confiáveis. Agora, eu não sei se você fez uma rápida pesquisa sobre o tema antes de escrever a redação e notou os números ou se você já sabia estes, por conta de uma boa memória. Se você fez uma pesquisa antes, saiba que isto é ótimo! Afinal, você só está escrevendo para exercitar e esta é uma excelente forma de adicionar conhecimentos para próximas redações. Mesmo assim, é aconselhável se distanciar um pouco dos números, caso a memória deles não é seu forte. Analise se, numa redação na qual você não possui qualquer conhecimento prévio, você conseguiria lembrar de dados numéricos de gráficos que você leu meses atrás. Se você lembrar de algo, vá com tudo, acrescente esses dados no seu texto! Caso contrário, tente se aproveitar mais de argumentos que não requerem tanto esforço para serem lembradas, como músicas, filmes, livros ou paráfrases… Bem, neste caso, você que decide o que é mais fácil para você.
Sobre a conclusão, achei a parte mais forte do texto. Ainda achei um pouco curta demais, assim como o texto em geral. Antes do “assim”, acho que seria mais adequado substituir o ponto final (.) pelo ponto e vírgula (;), para ajudar no fluxo entre a ação e a consequência. O “outrossim” foi usado corretamente em seu texto, mas ele não combina com o resto de seu vocabulário. Ao invés de impressionar o corretor, parecerá mais que você o escreveu porque é uma palavra menos usado coloquialmente. Sugiro que ou aprenda novas palavras e outros tipos de advérbios no mesmo nível de formalidade do “outrossim” ou substitua-o por um advérbio que seja do mesmo nível de seu vocabulário. Embora seja, sim, importante ter um vasto conhecimento da língua portuguesa, ter um texto com vocabulário mais simples não irá prejudicar fortemente seu texto. O que irá prejudicá-lo é a falta de coerência e coesão com o vocábulo.
No mais, vejo muito potencial. Continue treinando e escrevendo sempre para dar o seu melhor! :)