Epidemias contemporâneas e seus desafios relacionados à histeria coletiva

No episódio “Walking Tall” da décima segunda temporada da série “Grey’s Anatomy”, retrata-se a disseminação de um vírus no hospital Seattle Grace por a médica April Kepner após uma viagem à Jordânia, sendo assim, após ter contato com o ambiente hospitalar, várias pessoas ficam doentes chegando a morrer, causando um grande caos. Fora da ficção, é fato que a cena ocorrida na série pode ser relacionada ao hodierno cenário global, visto que várias pessoas estão sendo infectadas pelo novo coronavírus. Portanto, é imprescindível análises de medidas que favorecem a perpetuação da problemática.
Primeiramente, é fulcral expor, que um dos impulsionadores do impasse é a falta de empatia estabelecida por uma parcela da população mundial. De acordo com o filósofo Zygmunt Bauman, em seu conceito de Modernidade Líquida, relata que vivemos em tempos modernos onde as relações sociais esvaem-se, perdendo a total concretude. De maneira análoga ao que foi exposto pelo filósofo, esse mesmo pensamento é retratado na atual conjuntura. Isso ocorre porque, várias pessoas desrespeitam a medida protetiva da quarentena, sendo assim, muitas são expostas ao vírus, contribuindo no agravamento da histeria coletiva.
Em segundo lugar, é indubitável, que a negligência estatal também corrobora tal quadro deletério. Em consonância à Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, é dever garantir aos indivíduos o direito à saúde e ao bem-estar social. No entanto, o descaso governamental impede que uma parcela da população usufrua desse direito universal na prática. Ademais, o número de casos de infectados no mundo eram baixos no início das divulgações, porém, de acordo com a Universidade Johns Hopkins-localizada nos Estados Unidos-, o número atual de casos confirmados superou a marca de um milhão. Dessa forma, isso é evidenciado devido a lentidão no sistema de saúde e à falta de investimentos nos setores públicos.
Portanto, diante de todos os fatos expostos, é de extrema importância atitudes que visam soluções para o impasse. Para que pessoas possam ter direito à vida, é dever do Estado investir em políticas públicas, por meio da construção de obras como unidades de saúde modernas e com profissionais adequados. Além disso, para que haja a contenção do vírus, é dever da população cumprir as medidas protetivas, assumindo seu compromisso com outras pessoas e nações, tal compromisso pode ser visto como um projeto coletivo em sociedade. Dessa forma, a população poderá usufruir do direito à saúde e ao bem-estar social e não viverá o caos retratado em Grey’s Anatomy.