ENEM- Pessoas em situação de rua no Brasil

Segundo Aristóteles, importante filosofo grego que teve como mentor Platão, quanto mais uma coisa é comum a um maior número, menos cuidado recebe, já que o que é corriqueiro causa menos preocupação. Destarte, é compreensível a inescrupulosa ignorância acerca da população de rua e sua situação, essa que, a níveis preocupantes, acentua-se cada vez mais. Isso se dá não só pela desigualdade social, como também pela falta da manutenção e aplicação das políticas publicas já existentes.

Em primeira análise, vale-se ressaltar que a desigualdade é intrínseca a convivência conjunta, onde a diferença entre indivíduos se mostra estruturalmente mais vantajosa a determinado grupo. De acordo com Max Webber- sociólogo, economista e jurista alemão- tal fenômeno é causado pela divisão de classes, o status social e o poder político. Assim é inadmissível a maneira tal qual a discrepância entre parcelas da sociedade faz-se assustadoramente clara.

Em segunda análise, estima-se que mais de 100 mil pessoas vivam nas ruas, sem abrigo, com fome e suscetível a violência, tornando assim evidente a falha na aplicação e manutenção das devidas medidas públicas cabíveis. Ademais, em São Paulo o número de pessoas em situação de Rua sofreu um aumento de 53% em 4 anos (G1-2019), já no segundo maior centro Brasileiro (Rio de Janeiro) ainda há a incerteza quanto a aplicação dessas. Posto isto, é inaceitável que a devida atenção e suporte não sejam dados a essa massa popular.

Portanto, para que as ideias de Aristóteles não continuem se perpetuando em nossa sociedade cabe ao estado, como um todo, constituir e garantir a essas pessoas, por meio da manutenção e devida aplicação da PNPR, centros de apoio a educação, profissionalização e desenvolvimento cultural, além de abrigos e centros de saúde. Com isso, espera-se que essas pessoas tenham, eventualmente, a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho e posteriormente sair das ruas.