{ENEM} A questão da segurança pública no Brasil

A obra “Utopia” de Thomas Morus descreve uma sociedade perfeita, em que todas as instituições cumprem seu papel. Entretanto, no contexto brasileiro, nota-se a não contemplação desse ideal, uma vez que a ineficácia da segurança pública é um problema agravante. Isso ocorre devido à falta de infraestrutura e a ausência de políticas educacionais.

Nesse viés, é mister ressaltar como a insuficiência estrutural interfere na efetividade da segurança pública. Segundo o geógrafo Milton Santos, a rápida e desorganizada urbanização é incapaz de atender à totalidade das necessidades sociais. Tal ideia se relaciona com a realidade, tendo em vista que muitos postos de seguranças encontram-se afastados de zonas periféricas, o que gera uma intensa zona de criminalização nessas áreas. Com base nisso, é notório que a falta de planejamento impede a construção da harmonia, já que apesar da população de locais privilegiados usufruir da segurança efetiva, a outra parcela permanece submetida à insegurança.

Outrossim, pontua-se a participação educacional no que se refere à temática. De acordo com o filósofo Immanuel Kant, “o indivíduo é aquilo que a educação faz dele”. Sob essa perspectiva, observa-se a importância de ensino na construção do caráter. Em contrapartida, sem projetos estatais nas escolas de combate e prevenção ao crime, dificilmente as escolas poderão possibilitar efetividade da segurança pública. Desse modo, a instituição que tem o poder de interferência positiva na sociedade torna-se omissa aos impasses da segurabilidade.

Portanto, é evidente a necessidade de efetivar a segurança pública. Para que isso ocorra, o Ministério da Segurança, órgão responsável pela garantia da segurabilidade, deve promover a construção de postos policiais em lugares de alto risco, por meio da destinação de verbas às unidades federativas com o fito de minimizar a sensação de insegurança. Ademais, o Ministério da Educação precisa ampliar os discursos de prevenção ao crime, por intermédio das escolas. Assim, a realidade presente na obra será vivenciada no Brasil.