Educação nos presídios no século XXI

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, há a retratação de uma sociedade perfeita, onde essa se padroniza pela ausência de problemas. Contudo, ao observar a realidade cotemporânea, nota-se que o exposto de More apresenta um equívoco, já que os poucos investimentos da educação nos presídios concluem-se como empecilhos para a efetivação do plano do autor. Nesse viés, convém avaliar os frutos dessa questão, que mescla conflitos entre as áreas governamental e social.

Primordialmente, faz-se necessário citar a falta de aplicabilidade das leis como sedo um fator fomentador da problemática. Segundo a Constituição Federal Brasileira, é dever do Estado promover à população, entre outros aspectos, bem-estar e educação. Entretanto, contradizendo a teoria legislativa, esses direitos acabam sendo negligenciados pelo setor estatal, tendo os presidiários como um dos afetados por isso. Paralelamente, de acordo com o site Brasil.gov.br, apenas um em cada dez dos detentos participa de atividades educacionais nos presídios. Nessa perspectiva, é indubitável que essa postura governamental é prejudicial.

Ademais, os conflitos da educação nas prisões encontram forma de expansão na mente individualista da sociedade. Na obra “Modernidade Líquida”, Zygmunt Bauman infere que a pós-modernidade é fortemente influenciada pelo individualismo. Em virtude disso, há, como consequência, a falta de empatia, pois, para compreender problemas coletivos, é importante deixar de olhar apenas para si. Essa liquidez que influi a respeito da educação nas prisões no século XXI coíbe sua resolução, uma vez que a população desacredita que esse seja um problema real, não dando verdadeira importância para essa realidade.

Portanto, a fim de mitigar os efeitos desse fato, medidas devem existir. Para que isso ocorra, urge que o Ministério da Educação realize palestras com educadores, bem como entrevistas com presidiários. Tais ações devem ser transmitidas via “web” e publicadas nas redes sociais do órgão supracitado, objetivando alcançar um maior público e trazer mais lucidez acerca da educação nos presídios na atualidade. Dessa maneira, talvez, seja promulgado o plano proposto pelo autor Thomas More.