Economia circular e obsolescência programada: desafios e soluções.

Em 1929, quando houve a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, perceberam-se que mercadorias com alta durabilidade prejudicavam ainda mais o então cenário econômico. Com isso, os capitalistas criaram a obsolescência programada, reduzindo propositalmente a vida útil de suas mercadorias, o que tornava o ato de comprar um ciclo vicioso. Dessa forma, em razão do silenciamento e da ganância capitalista, emerge um problema complexo, que precisa ser revertido.

A priori, é preciso salientar que a falta de debates é uma causa latente da problemática. Segundo Foucault, na sociedade pós-moderna, muitos temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. Diante disso, verifica-se que a não socialização de informações acerca dos produtos ofertados no mercado, como sua durabilidade, qualidade, entre outras, fazem com que o consumidor se torne alienado frente aquilo que consome, o que inibe seu senso crítico e o torna mais suscetível a manipulações.

Ademais, a ambição econômica também é um fator que configura o impasse. De acordo com o filósofo Karl Marx, dentro de uma sociedade capitalista, qualquer relação é permeada pelo viés econômico. Assim sendo, dentro da sociedade brasileira, na qual sua população não usufrui das informações necessárias, o capitalista, dono dos meios de produção, acaba aderindo a atitudes que visem apenas seu lucro, como a obsolescência planejada, o que acaba afetando de forma negativa todo um mercado consumidor.

Logo, uma intervenção faz-se necessária. Para isso, é preciso que o Ministério da Educação destine parte de sua verba para a criação de propagandas publicitárias a serem disseminadas em veículos midiáticos. Nelas deverão conter informações, de forma lúdica, acerca da obsolescência programada e como ela atua dentro de uma economia circular, explicitando as consequências disso sob a vida do consumidor. Para que assim, através da obtenção de informações e consciência, a população brasileira desenvolva um senso crítico e se tornem cidadãos mais atuantes na busca por resoluções.