No longa-metragem “O Poço” de 2020, é retratada o dia a dia de “Goreng”, o protagonista da história, que está em uma penitenciária construída em formato vertical, sendo as celas divididas por níveis em que os mais altos recebem primeiro a comida e os mais baixos ficam por último. Desse modo, os andares superiores podem comer à vontade enquanto os inferiores ficam com o que sobrar e se sobrar, concebendo privilégios para uns e indiferença para outros. Fora da ficção, o cenário atual do brasil não se difere do retratado, uma vez que a desigualdade social no país é um dos principais problemas da atualidade, que ocorre por conta da falta de educação de qualidade nas escolas e por consequência aumenta os índices de criminalidade.
Primordialmente, deve-se destacar que as escolas públicas brasileiras têm um papel fundamental para o combate da desigualdade social brasileira. Para o filósofo Immanuel Kant, o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. Sob tal ótica, a educação é de extrema importância na formação do indivíduo na sociedade contemporânea, que exige diploma para a maioria dos empregos. Desse modo, as pessoas que não puderam estudar são excluídas do mercado de trabalho, como é descrita na canção “Até quando” do autor Gabriel o Pensador. Em suma, a educação é a ponte para muitas famílias saírem da extrema pobreza, uma vez que é por meio dela que a população de classe baixa pode ter acesso ao mercado de trabalho qualificado com maior remuneração, e até mesmo ao ensino superior.
Por conseguinte, a falta de escolaridade competente leva as crianças e jovens, à criminalidade. Segundo uma pesquisa feita pelo IBGE em 2019, quase metade dos brasileiros vivem com pouco mais de 420 reais por mês, não chegando nem em metade de um salário mínimo. Desse modo, a falta de recursos financeiros nas zonas periféricas, levam a juventude a deixar de estudar para ajudar a família, porém batem de cara com o desemprego que assola o território nacional. Por conta disso, os jovens são iludidos pela recompensa rápida que o crime trás, e por não terem um contexto de vida que possibilite vencer na vida através da educação, entram no mundo do crime com a mentalidade de ser a única forma de poder sair da condição social em que se encontram. Logo, a criminalidade é um reflexo da falha de um sistema educacional.
Portanto, é inquestionável que haja uma intervenção do quadro atual, feita pelos órgãos competentes, para a redução da desigualdade social no Brasil. Para tal, urge que o MEC pressione o governo federal para reformular o sistema público de ensino no Brasil, tornando-o um ambiente em que os alunos gostem de estar, com mais atividades de educação moral e ética para que a juventude entenda o valor de uma sociedade honesta que busque vencer na vida sem prejudicar o próximo. Tal ação deve ser feita por meio de investimentos do setor público, priorizando a educação, pois é com ela que mudamos o mundo. Somente assim, a desigualdade social no Brasil não será tão alarmante quanto a ficcional apontada no “Poço”.
- minha letra é pequena, a redação coube na folha
- corrijam, se possível, apontando as notas tiradas por competência. obg
Mr.Crozma
Meu amigo, essas letras cabem na folha sim, mas forçando muito, letra bem pequena e difícil de agradar um leitor apressado como é o corretor Enem. Se você consegue escrever uma ótima redação com 400 palavras, e se isso significa que você terá mais tempo para resolver as questões e menos espaço para perder pontos em norma culta, sem que isso comprometa as outras competências, meu amigo, meeeu amigo, escreva menos. Seu texto tem mais de 500 palavras, um texto Enem tem 350-450 palavras em média razoável. Tenta enxergar o lado do corretor que tem poucos minutos pra avaliar e pense no tempo da prova.
Ao texto:
Competência 1 (120-160)
– Alguns problemas de oralidade: “bater de cara”, “à vontade”, “vencer na vida”, “entrar no mundo do crime”; procure formalizar essas expressões – não há uma lista de expressões orais, então, na dúvida, é melhor trocar;
– Palavras rígidas também merecem ser evitadas: “inquestionável”, “ficam”, “somente assim”; você está propondo uma direção, com humildade, na posição de um vestibulando, não chame a responsabilidade de solucionador dos problemas debatidos, por maior que seja o domínio que você tem sobre o tema;
– Há bem poucos erros de norma culta, considerando o tamanho do texto kkkk. Hm, faltou uma vírgula antes do “de 2020”; faltou a partícula “se” no verbo “concebendo”; pulando direto pro 3º parágrafo, uma vírgula indevida depois de “periféricas”, o “levam” tá mal conjugado e, ainda, o verbo trazer confundido com o advérbio de lugar “trás”;
– Por fim, as frases gigantes, que truncam a leitura, tente evitá-las.
Competência 2 (160-200)
– É complicado sustentar que que é falta de escolaridade que causa desemprego. No sentido de que os trabalhos aqui são bastante precarizados pra desprezarem o diploma, sabe? Pensar, então, na desigualdade entre as pequenas e grandes empresas é uma questão importante pra melhorar esse argumento da criminalidade. De toda sorte, tua redação trouxe bastante elemento (gabriel pensador, o poço, o ibge… Kant nem tanto, isso aí é cliche, perda de tempo);
Competência 3 (160)
Não foram tratadas questões inovadoras, esse é um tema em que a gente tem que se superar bastante pra conseguir trazer algo novo, já que tudo o que a gente fala sobre desigualdade já parece clichê, já parece aceito pela sociedade, há um cinismo enorme quanto a isso entre nós, e talvez um tema assim pedisse abordagens nesse sentido do porquê de a gente continuar errando, mesmo sabendo as causas.
Competência 4 (200)
Nada a reclamar, conectivos são seu ponto forte.
Competência 5 (120)
Aqui eu entendo que a proposta pecou, no 3º parágrafo o texto diz que os salários sub-humanos causam a criminalidade, que os salários são baixos porque a educação não qualifica. Logo, como podemos dizer que o problema é ético da pessoa, que, nesse caso, estaria escolhendo o crime, como se viver de forma sub-humana fosse uma opção. Esperava que a proposta viesse no sentido de qualificar, de evitar a evasão escolar, de ser, como o texto disse, um ambiente agradável aos alunos, e aí quem precisa de aula de moral quando não há motivos para trocar de ambiente?
Uns 800 é uma alta ou baixa, não sei se o seu corretor vai ler e reler tantas vezes o seu texto, se ele vai corrigir antes ou depois de almoçar. Reitero o que eu disse lá no começo, considere escrever menos palavras… Um abraço!