Desaparecidos no Brasil

Durante o período de Ditadura Militar no Brasil, o jornalista do partido comunista Vladmir Herzog foi dado como desaparecido após publicar matérias com ideais contrários ao regime ditatorial. Não obstante, na conjuntura hodierna, centenas de pessoas desaparecem todos os dias devido a diversas circunstâncias. Nesse sentido, torna-se evidente que haja uma melhora no Sistema de segurança pública, como também no oferecimento de apoio psicológico aos familiares dos desaparecidos.

Em primeira análise, vale salientar que a ineficácia de políticas públicas que visem segurança à população contribuem para a vulnerabilidade da situação, uma vez que, devido a demora ao realizar as investigações as chances de encontrarem os indivíduos com vida diminuem. De acordo com o filósofo Friederich Hegel, “o Estado é como um pai e tem o dever de proteger seus filhos”. Dessa forma, a fragilidade do resguardo com corpo social aponta o descaso do governo, tendo em vista que o Paraná é o único estado brasileiro a possuir um serviço especializado de investigação de crianças desaparecidas, o que não condiz com os preceitos de Hegel, de modo que só uma parcela da sociedade dispõem deste recurso.

Ademais, cabe evidenciar que o tráfico de pessoas é um fator intrinsecamente ligado ao desaparecimento de pessoas no Brasil. Nessa perspectiva, a promessa de emprego fácil acaba atraindo os indivíduos que migram para outros países em busca de uma melhora na qualidade de vida no entanto, a realidade é outra. Dessa maneira, esses indivíduos acabam tendo seus direitos desrespeitados, sendo sujeitos a vulnerabilidade e abuso de poder. Além disso, é necessário ressaltar que o desaparecimento afeta extremamente a vida das famílias que não descansam até saber o paradeiro dos seus entes queridos, dedicando tempo, recurso e acabam sofrendo desgaste tanto físico quanto emocional, necessitando assim ,de apoio psicológico por meio profissionais da área e em muitos casos, não possuem recursos para tal ato.

Depreende-se, portanto, que medidas são necessárias para atenuar este impasse. Logo, cabe ao Estado criar políticas públicas em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) para que haja um aumento de psicólogos nas redes públicas de saúde, por meio de um aumento na construção de salas para este atendimento, visando a garantia de apoio psicológico as famílias dos desaparecidos. Cabe também ao Ministério público investir em uma qualificação dos sistemas de registros dos desaparecidos, por meio da contratação de funcionários especializados para reformulação desta rede de transcrição, a fim de facilitar as buscas que deverão ser feitas por agentes capazes e qualificados. Com o conjunto dessas ações, espera-se amenizar as estatísticas de desaparecidos no Brasil.

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