Desafios para o Enfrentamento da Invisibilidade do Trabalho de Cuidado Realizado pela Mulher no Brasil

Historicamente, as atividades relacionadas ao lar como o trabalho de cuidado, cozinhar, limpar e afins foram direcionadas as mulheres. E mesmo com uma nova organização econômica moderna, onde as mulheres participam cada vez mais do mercado de trabalho como em fábricas, hospitais, escritórios de advocacia, dentre outros, esse tipo de atividade permanece predominantemente ocupado pelas mulheres. Dados do IBGE de 2019, por exemplo, mostram que cerca de 90% das empregadas domésticas são mulheres, das quais, em sua maioria negras. Entretanto, infelizmente, parte considerável dessas mulheres que trabalham com trabalho de cuidado não tem seus direitos respeitados.

Funções divididas, como cuidar de um idoso ou de uma criança e ao mesmo tempo ter atribuições de limpeza da casa ou faxina são comuns. Assim como longas jornadas e baixo salário. Muitas vezes, idealizadas como um membro da família dos patrões e tendo a relação de trabalho confundida com a pessoal e não tendo seus direitos devidamente assegurados via CLT, trabalhando de forma informal. A falta de visibilidade dessas mulheres deve-se, além de um fator cultural, a falta de exposição política das mesmas ao longo dos anos. No Brasil, por exemplo, somente no século XX conquistaram direito ao voto, na Era Vargas.

Para uma mudança de cenário, caminhos como pressão popular a uma campanha de conscientização à denúncia e uma legislação mais severa a abusos trabalhistas, que escute os anseios dessas trabalhadoras, faz-se necessário, sobretudo, em um momento onde há crescimento de demanda dessas profissionais em países emergentes e desenvolvidos.