Desafios para garantir a vacinação no Brasil

Em 1904, ocorreu, na cidade do Rio de Janeiro, a Revolta da Vacina, que apresentou como uma das causas a insatisfação da população com os abusos do governo. No entanto, além deste motivo, houve também a contribuição da má infraestrutura que a cidade apresentava e a não conscientização dos indivíduos com relação a importância da vacinação. Atualmente, apesar dos avanços obtidos pelo Ministério da Saúde, alguns brasileiros ainda apresentam argumentos para não se vacinarem e, embora os anos tenham decorridos, as causas continuam sendo a má infraestrutura e a falta de educação em saúde com a adição da contribuição das Fake News.

No que tange a estes fatores, apesar do governo brasileiro ter criado em 1990 o Sistema Único de Saúde (SUS) para solucionar a questão, ele se mostra ineficiente. Isso decorre porque, áreas afastadas dos centros urbanos e menos favorecidas socioeconomicamente não possuem infraestrutura para permitir o acesso das campanhas de vacinação. Além disso, muitos profissionais da saúde possuem dificuldades para comunicar-se com determinada população, pois não conseguem usar de uma linguagem de fácil compreensão para a conscientização em saúde dos indivíduos.

Ademais, atuando em conjunto com essas questões, as Fake News contribuem para os obstáculos encontrados na imunização dos brasileiros.  Esse fato decorre, porque, muitas vezes, além da informação verídica não ser acessível e algumas pessoas não possuírem senso crítico para a importância da vacina há, também, a alienação que as Fake News geram. Estas podem atuar, de acordo com o sociólogo Émilie Durkhein, como fatos sociais, o que produz como consequência, uma coerção de que, se uma informação é compartilhada várias vezes, ela é verdadeira. Portanto, a notícia de que a vacina gera prejuízos a saúde pode ser incorporada por muitos indivíduos.

Com base no exposto, portanto, são necessárias algumas ações para mitigar o problema, dentre elas, a melhor capacitação dos profissionais da saúde quanto a abordagem de diferentes grupos sociais, por meio de cursos online, oferecidos pelo Ministério da Saúde. Maior investimento governamental em transportes que levem os agentes da saúde em lugares de difícil acesso para campanhas de vacinação e conscientização. Por fim, as redes sociais criarem um sistema que identifiquem Fake News e avisem os usuários antes do compartilhamento do conteúdo. Só assim, haverá um aumento no número de pessoas vacinadas no Brasil.