Desafios para a valorização da herança africana no Brasil.

   A Constituição Federal de 1988 — documento jurídico mais importante do país — prevê o acesso à cultura e representatividade a todos os cidadãos. Entretanto, tal prorrogativa não é praticada efetivamente em relação à valorização da herança africana no Brasil. Com efeito, para reverter esse entrave, é preciso analisar a negligência governamental e o silenciamento social diante da problemática.

   Acerca dessa lógica, deve-se ressaltar que ausência de medidas governamentais prorroga a desvalorização da cultura africana no país. Consoante as ideias do filósofo John Locke, essa omissão configura uma quebra do contrato social, que afirma que o poder público deve garantir os direitos fundamentais como o direito à igualdade cultural aos cidadãos. Dessa forma, a negligência do Estado acarreta impactos como: o preconceito diante de costumes e tradições dessa cultura. Portanto, enquanto a negligência estatal se mantiver, o direito à igualdade será exceção no território nacional.

    Ademais, cumpre destacar o silenciamento da sociedade sobre a importância da valorização da herança de um povo em um país. De acordo com o pensador Jean-Paul Sartre, na obra “O ser e o nada”, as sociedades modernas evitam debater temas sensíveis. Desse modo, tal citação em prática ocorre a invisibilidade de um grupo social, acarretando situações como: a falta de representatividade negra nas escolas e nas mídias televisivas. Diante disso, se a omissão da sociedade brasileira continuar presente no cotidiano, os afrodescendentes permanecerão fragilizados e marginalizados.

     Fica claro, portanto, que as questões referentes à valorização da Herança africana enfrentam desafios que devem ser combatidos no Brasil. Para tanto, cabe ao Governo Federal — instância máxima administrativa — junto a mídia, estabelecer projetos públicos sobre a importância do acesso à cultura e a representatividade no eixo social, através de propagandas televisivas, a fim de garantir que os costumes e tradições não sejam folclorizados e permaneçam para as gerações futuras. Por conseguinte, com a realização dessas ações concretas, não há dúvida que haverá o cumprimento das garantias constitucionais previstas na Carta Magna.