Em 1988, a sociedade brasileira conheceu o conjunto de leis que rege e organiza o funcionamento do país: a Constituição Federal. No entanto, a questão da desvalorização cultural africana é incongruente com os princípios de dignidade humana apresentados no artigo 1º, ocasionando inúmeros problemas para o Brasil, confinando o orgulho histórico de muitos. Portanto, urge a necessidade de se combater o histórico desinteresse político-econômico e o analfabetismo social que cercam e beneficiam a persistência da temática.
Nesse viés, é notório que falhas governamentais auxiliam o problema relacionado à não valorização da herança africana nos municípios brasileiros. Diante desse aspecto, o educador Mario Sergio Cortella afirma que política é a esfera para realização do bem comum – o que não é levado a sério pelos estadistas. Por um lado, há a carência de leis que visem à mudança da Base Nacional Curricular Comum, para que, além da própria história dos afro-descendentes, seja contada obrigatoriamente acerca das tradições e costumes desse povo, obtendo-se não apenas o conhecimento dos fatos ocorridos mas também o reconhecimento e a valorização do legado africano. Por outro lado, vê-se o tremendo desinteresse dos políticos em disponibilizar documentários e livros gratuitamente para toda sociedade a fim de disseminar as vivências culturais africanas, como as danças, haja vista que esse ato não teria retorno financeiro. Desse modo, há um país que não utiliza de seus mecanismos para desenvolver a população acerca da herança africana tão presente na realidade brasileira.
Ademais, é inegável que a desvalorização das tradições africanas ascende à medida que as mídias e os centros de formação negligenciam informações à população. Dessa maneira, durante a Segunda Guerra Mundial, no século XX, pôde-se ver o grandioso poder de influência que os veículos de informações tinham ao disseminar a ideologia nazista. Sem desconsiderar o lapso temporal, as mídias sociais, manipuladoras da sociedade, não fazem um bom papel ao não divulgarem conhecimentos a respeito da herança africana, englobando a luta antirracista, a miscigenação gerada no Brasil como consequência da escravidão, os aspectos culturais e a atual desvalorização desse legado. Além disso, não são visualizados debates nas escolas que envolvam a análise desse quadro no Brasil nem mesmo o incentivo de leituras com protagonismo preto ou o desenvolvimento de noções mais empáticas que visem a diminuição do pensamento racista. Consequentemente, o Brasil apresenta uma escassez de informações que auxiliariam na valorização cultural africana.
Fica evidente, portanto, que é necessária a criação de medidas e alternativas para amenizar o impasse citado. Para isso, o poder estatal responsabilizar-se-á pela inserção de aulas obrigatórias nas escolas que visem o desenvolvimento dos alunos e o debate acerca da cultura africana, como está presente no Brasil e no quão é necessário a empatia para entender toda a história que gera a herança, o legado e os costumes do povo africano, por meio da mudança na BNCC, visando gerar a valorização envolvendo a visualização de documentários, leituras de livros e o debate. Paralelamente, o Ministério da Educação divulgará por intermédio das redes sociais, principal veículo de informação, conhecimentos sobre a cultura africana e sua história, com a finalidade de gerar o pensamento positivo por parte da sociedade. Assim, o Brasil se tornará um país que demonstra o desejo pela valorização da herança africana.
jeonobreza
Competência 1 (Domínio da Língua Escrita): 160/200 – Bom domínio da norma culta, mas com pequenos deslizes gramaticais.
Competência 2 (Compreensão do Tema): 180/200 – Excelente abordagem do tema, com bons argumentos e repertório, mas alguns pontos podem ser mais claros.
Competência 3 (Seleção e Organização dos Argumentos): 160/200 – Argumentação é pertinente, mas em alguns momentos carece de coesão.
Competência 4 (Conhecimento dos Mecanismos Linguísticos): 160/200 – Uso adequado dos conectivos, mas há alguns pontos de redundância e repetição.
Competência 5 (Proposta de Intervenção): 160/200 – A proposta de intervenção está presente e coerente, mas falta detalhamento em alguns elementos.
Nota Final: 820/1000
A redação está muito bem elaborada, mas com alguns ajustes em coesão, clareza e detalhamento na conclusão, poderia facilmente alcançar uma nota ainda mais alta.
raphabuck
☆ Pontos positivos:
• Boa fala sobre a Constituição Federal, retirando do padrão utilizado em modelos prontos.
• Bons desenvolvimentos.
• Proposta de intervenção muito bem detalhada.
☆ Pontos a melhorar:
• Você utilizou “portanto” no primeiro parágrafo e isso seria uma coisa que eu nunca faria, já que remete à uma ideia de conclusão. 😬
• A vírgula foi utilizada algumas vezes de forma inapropriada e isso resultará em desconto da C1.
• Há algumas repetições durante a redação, é melhor utilizar sinônimos.