Desafios para a inclusão de autistas no Brasil

Corrijo de volta!

Na série “Atypical”, da Netflix, é retratada a história de Sam Gardner, um jovem com autismo que sofre diariamente com a exclusão social. Fora da ficção, essa situação é muito comum no Brasil, pois, muitos autistas são vistos sob uma perspectiva errônea e tem suas necessidades negligenciadas, o que contribui para dificultar a inclusão deles nos mais diversos ambientes coletivos. Sob essa ótica, é evidente que os desafios impossibilitantes da integração comunitária desses indivíduos são o preconceito e a ineficácia governamental na questão, logo, convém analisar tais aspectos. 

Em primeira análise, a inclusão dos portadores de autismo é dificultada pela visão preconceituosa presente na sociedade nacional. De acordo com a poetisa Maya Angelou, o preconceito é um fardo que prejudica o passado, presente e futuro, consoante a esse pensamento, a consciência discriminativa acerca dos autistas contraria a participação social deles durante as variadas fases temporais de suas vidas. Tal estado excludente evidencia-se na maneira que eles são tratadas desde a infância, na escola e convivência familiar, até a idade adulta, no mercado de trabalho. Nessa lógica, por terem dificuldade de socialização e comunicação, muitas vezes, os outros percebem-os erroneamente como incapazes e inferiores, provocando a exclusão. Dessa forma, a problemática na nação persiste influenciada pela discriminação coletiva. 

Ademais, a negligência estatal quanto às demandas dos cidadãos com autismo impossibilita a inclusão. Segundo Thomas Hobbes, o Estado é o responsável pelo bem-estar do corpo social, no entanto, essa responsabilidade não está sendo exercida no que diz respeito ao cuidado da população autista. Nesse sentido, a falta de comprometimento político reflete-se na deficiência de políticas públicas para diagnóstico e terapia da síndrome, na escassez não só de remédios como também de profissionais, além da carência de apoio psicológico aos portadores. Desse modo, não há atenção suficiente às necessidades dessa parcela populacional, desafiando a sua integralidade na comunidade brasileira. 

Portanto, medidas devem ser adotadas para mudar o cenário nacional. Com o objetivo de melhorar a condição dos autistas no Brasil, o Ministério da Saúde deve, mediante verbas governamentais, investir financeiramente no diagnóstico do transtorno e no tratamento público direcionado a esses sujeitos. Esse investimento contará com a ampliação da rede médica e psicológica especializada em autismo, bem como aumento na compra de medicamentos. Paralelo a isso, campanhas educativas serão realizadas no país, a fim de romper estereótipos errados. Sendo assim, o quadro excludente vivido por Sam será cada vez mais incomum para os autistas brasileiros.