Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Toma-se conhecimento que desde 2002 a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida pela Constituição Federal como o segundo idioma nacional. Entretanto, a falta de investimentos nesse meio afeta negativamente a comunidade surda e provêm grandes dificuldades para a integração deles na sociedade. Isso ocorre, principalmente, por problemas de comunicação que resultam, para grande maioria, na falta de acesso à educação básica e ensino superior, que refletem na posição desfavorecida no mercado de trabalho.

Primeiramente, vale ressaltar que a legislação assegura que os profissionais presentes no meio de ensino devem obrigatoriamente saber a língua de sinais para maior interação e desenvolvimento do aluno surdo. Todavia, estudos feitos pelo Ministério da Educação(MEC) estimam que há apenas 230 intérpretes docentes no Brasil, sendo que o país abrange 10,7 milhões de pessoas com surdez. Portanto, são raras as escolas que são adaptadas a esse tipo de necessidade.

Ademais, outro grande empecilho enfrentado pelos portadores da deficiência é a violência verbal ou até mesmo física que enfrentam em ambientes públicos. De acordo com pesquisas americanas, cerca de 50% dos adolescentes surdos relataram terem sido vítimas de comentários maldosos e excluídos de atividades escolares. É inegável que esses ataques afetam de forma significativa o psicológico das pessoas que foram ofendidas, principalmente quando ocorrem com crianças, pois são mais vulneráveis e não sabem como se defender. Segundo o Censo de Educação Básica, houve redução de 23% de alunos surdos nas escolas do país, resultado das inseguranças e traumas adquiridos pelos alunos não só por conta da intimidação e humilhação feitas pelos colegas, mas também pela falta de apoio de um responsável.

Desse modo, é evidente que medidas devem ser tomadas para resolver o impasse. Portanto, cabe ao Ministério da Educação junto ao governo federal tornar mais rígida a lei que diz respeito a obrigatoriedade de profissionais da área da educação a saberem libras, e que os mesmos, junto aos responsáveis da criança fiquem mais atentos ao verem quaisquer sinais de atos de discriminação aos deficientes no ambiente de trabalho ou em casa. Além disso, é fundamental que haja uma maior aplicação de recursos de capital para expansão de escolas bilíngues, fornecendo palestras que incentivem os alunos a aprenderem a Língua Brasileira de Sinais, que deve fazer parte da grade escolar, e a importância do respeito às diferenças, a fim de fazer com que os alunos deficientes auditivos se sintam mais confiantes e seguros e, por fim, facilitar o acesso deles à educação básica.

Não sei como fazer espaçamento para introdução de parágrafo :(