desafios do enfrentamento da invisibilidade do trabalho com cuidados realizados por mulheres no brasil

Na obra de televisão “Sam e Cat”, retrata em seus episódios as duas protagonistas que são babás, mas não recebem adequadamente pelo serviço que ofertam. Em visão análoga ao seriado, no Brasil, esse cenário não é muito diferente, pois as profissionais do cuidado sofrem com a invisibilidade trabalhista e desvalorização no país. Diante disso, percebe-se que a conjuntura é motivada pela lacuna educacional e negligência estatal.

Primeiramente, é imprescindível analisar que a persistência dessa problemática deve-se, principalmente, pelo déficit do ensino brasileiro em cultuar os trabalhos de cuidado. Sob a óptica de Immanuel Kant, filósofo alemão, “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”. Diante dessa perspectiva, os métodos de educação no Brasil não ensinam as pessoas acerca da importância dos serviços de responsabilidade cuidando de crianças ou idosos. Assim, faz com que os cidadãos não valorizem e menosprezem esse tipo de trabalho, promovendo uma desigualdade trabalhista e desprezo a respeito desse emprego com as mulheres, que são maioria nessa área.

Ademais, é fundamental salientar que a ausência de integração dessas mulheres aos direitos trabalhistas é propulsora do problema. Consoante Platão, filósofo grego, “O importante não é viver, e sim viver bem”. Diante disso, as mulheres que trabalham cuidando de jovens e vetustos não conseguem viver, pois esse tipo de serviço não recebe os devidos benefícios da lei trabalhista e não possuem carteira assinada. Dessa forma, os empregadores que decidem a remuneração e a jornada de trabalho, causando em grande partes das vezes a desigualdade e situações de trabalho análogo à escravidão, agravando cada vez mais a dificuldade para a integração igualitária dessas trabalhadoras.

Fica evidente, portanto, que é fundamental a criação de alternativas para amenizar o impasse citado. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, juntamente com o Ministério do Trabalho, órgãos de maior influência e capacitação, implementarem a criação de palestras informativas e mudanças nas leis trabalhistas, por meio de investimentos na área da educação pública e legislativa. Tal ação tem a finalidade de diminuir essa desigualdade para as mulheres e de incluí-las aos seus devidos direitos. Dessa maneira, diminuindo a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no país, e assim, a realidade de “Sam e Cat” se manterá apenas nas ficções de televisão.