desafios da coleta de lixo segura no contexto da pandemia

No livro “A peste” do filósofo Albert Camus, é retratado o cenário da peste bubônica, que, associada às péssimas condições sanitárias, matou boa parte da população. De maneira similar à realidade, nota-se que, o vírus Covid-19 assola o Brasil, matando, também, muitas pessoas enfrentam os efeitos da propagação do vírus por intermédio da coleta não segura. Assim, faz-se pertinente debater acerca das consequências da coleta de lixo segura no contexto da pandemia.

Em primeiro lugar, destaca-se que a contenção do vírus só é possível se todas as pessoas assumirem o compromisso com a coletividade. Nesse sentido, tal esforço se mostra com um grande impasse, uma vez que a sociedade líquida é marcada por suas relações individualistas e fragmentadas, como ressalta Bauman em sua sociologia. Isso pode ser observado quando o aumento da falta de conscientização sobre o descarte de lixo — máscaras jogadas ao chão ou armazenamento inadequado do lixo — que por sua vez contribuí para a proliferação do vírus.
Faz mister, ainda, salientar que será necessário elaborar novas regras de convívio social. Na perspetiva sociológica de Émile Durkeim, podemos considerar que o avanço do coronavirus é uma anomia, portanto colabora para a desintegração social e os mais diversos conflitos: crise econômica, desemprego, inflação. Contudo, se o processo de combate do vírus é coletiva, a sociedade precisa estabelecer atitudes de solidariedade, por se tratar de uma doença que afeta a todos, independentemente da classe social.
Portanto, para que a realidade não imite a ficção, urge que os indivíduos exerçam a empatia, como meio de solidificar laços de solidariedade. Ademais, o Estado necessita ser o exemplo, procurando conscientizar a população sobreo descarte correto do lixo, priorizando a vida dos coletores e contribuindo para a não contaminação através de resíduos ou máscaras nas ruas, para que os impactos possam ser minimizados e vidas preservadas.