Democratização do acesso ao cinema no Brasil – Enem 2019

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a democratização do acesso ao cinema na sociedade brasileira apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto da negligência estatal, quanto da urbanização. Dessarte, urge a adoção de estratégias para reverter esse panorama.

Diante disso, em uma primeira análise, é importante pontuar o dever da máquina pública na proteção da cidadania de todo o corpo civil. Isso porque, segundo a Constituição Federal, é função do Estado viabilizar aos brasileiros uma vida digna, a qual pressupõe a garantia da atuação cidadã. No entanto, a postura estatal é de descaso no que se refere à ampliação e à democratização do acesso ao cinema no Brasil, momento básico para o lazer pessoal e alheio dos indivíduos como cidadãos preenchidos de direitos e de deveres. Nesse quadro, essa temática é deixada em último plano nas discussões e nas ações políticas e, então, encontra-se fadada ao apagamento. Como resultado, populações inteiras foram excluídas do mundo do cinema ou continuam mal atendidas, como o Norte e o Nordeste, as cidades pequenas e médias do interior e as periferias urbanas.

Além disso, salienta-se a urbanização como promotora do problema. Segundo Ariano Suassuna, ilustre pensador brasileiro, o território nacional está dividido em dois países distintos: o dos privilegiados e o dos despossuídos. Sob essa lógica, o autor faz um alerta a respeito da desigualdade de renda, de oportunidades e de acesso à informação vigente no Brasil. Nesse sentido, percebe-se que populações mais pobres padecem frente à carência de recursos e à ignorância. Esse cenário dificulta a garantia da cidadania, visto que o crescimento das cidades e dos centros urbanos torna a sociedade mais humilde passiva e inativa na busca por seus direitos. Dessa maneira, por não reconhecerem a importância do lazer na vida do ser humano, por exemplo, muitos indivíduos não têm acesso ao cinema.

Portanto, medidas devem ser tomadas com o intuito de amenizar esta problemática. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania e da Cultura, investir na construção de salas de cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras e nas cidades do interior, por meio da destinação de verbas governamentais, a fim de que todos os brasileiros tenham o direito ao lazer. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, a falta de democratização do acesso ao cinema e a coletividade alcançará a Utopia de More.

Não irei mudar o repertório, pois já me adaptei e consegui tirar uma nota boa com ele.

Se puder, tem como deixar nota e corrigir modelo Enem, por gentileza? Desde já eu agradeço!!