Em sua obra “Ensaio sobre a cegueira”, o escritor português José Saramago descreve uma cidade fictícia na qual, paulatinamente, as pessoas vão ficando cegas. Na trama, o autor usa dessa alegoria para criticar a falta de altruísmo e cooperação no mundo contemporâneo, em que os indivíduos se preocupam cada vez menos com o bem-estar coletivo. Ao transpor a ficção e analisar a atual conjuntura brasileira, percebe-se que a obra exemplifica a realidade vivenciada no país, uma vez que as crianças de rua representam um problema que não recebe a devida atenção no território nacional. Nesse contexto, deve-se analisar como a negligência estatal e a própria população impulsionam tal problemática, com o intuito de solucioná-la.
Diante desse cenário, nota-se a inoperância governamental como fator agravante do abandono de crianças no Brasil. De acordo com o geógrafo Milton Santos, em seu texto “As Cidadanias Mutiladas”, a cidadania atinge a plenitude de sua eficácia quando os direitos do corpo social, em sua totalidade, são homogeneamente desfrutados. Todavia, no contexto hodierno, a passividade do Estado distancia meninos(as) de rua dos direitos constitucionalmente garantidos, à medida que ausência de vínculo familiar, moradia, pernoite em locais públicos, criminalidade, sobrevivência entre outros. Dessa forma, enquanto a máquina pública negligenciar suas responsabilidades, o problema perdurará e os direitos dos cidadãos continuarão a ser mutilados de forma sistemática.
Ressalta-se, ademais, que a sociedade potencializa esse cenário. Nesse viés, segundo a Secretaria de Direitos Humanos, em parceria com IDEST, temos 24 mil crianças e adolescentes em situação de rua. Um dos principais fatores que leva a esse número alarmante, é a pobreza e a violência doméstica. Essas crianças e adolescentes acabam tendo seus direitos privados, aliás, o artigo 277 da Constituição Federal viabiliza que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, o direto à vida, à saúde, à alimentação e à educação, porém, na prática isso muitas vezes não acontece.
Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao Estado – em sua função de promotor do bem-estar social – a criação e a aplicação de forma eficiente de políticas públicas, como a criação de orfanatos e escolas direcionadas a essas crianças e jovens, mediante a criação de projetos de inclusão dos mesmos na sociedade, e que seja assegurado que todos tenham seus direitos cumpridos conforme manda a constituição. Tal ação terá como finalidade encerrar esse ciclo de crianças sem condições adequadas para o seu desenvolvimento e crescimento. Assim, à luz da perspectiva de Saramago, poderemos mitigar a cegueira moral que permeia essa questão.
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Sua introdução está muito longa, no mínimo deveria ter 5 linhas, fazendo a introdução longa, deve se atentar na quantidade de linhas no desenvolvimento , reduzindo para fechar no máximo 30 linhas na redação. Sua redação trás bastantes referências de dados relevantes , aborda uns dos artigos da constituição da proteção da criança e adolescente, referência de livros e artigos. Notório, no texto que ter bastantes fontes de informações para ser aplicadas. Parabéns, redação nota 1000 milllllllllllllll
Lídia.Sales
Parabénss sua redação está muito boa!! A única observação que tenho é que a sua introdução está consideravelmente longa, levando em conta que as redações devem ter na introdução no máximo 4 linhas.
E nem sempre é bom que sua introdução seja maior que o desenvolvimento. Tirando isso, ela está incrívelll!!
mariaeduardagoncalves
Sua redação esta muuuuuuuiiito boa, parabéns pq vc cm certeza ira tirar 900+ se continuar assim.
No segundo paragrafo no trecho “à medida que ausência de vínculo familiar, moradia, pernoite em locais públicos, criminalidade, sobrevivência entre outros.” acho que por erro de digitação no momento, n sei, você não colocou o “E” entre sobevivencia e entre outros. Ja no terceiro paragrafo, acredito que você tem que falar o que é o IDES tipo MEC (Ministério da Educação)
Matheus1021
Boa noite, parabéns pela redação!
No entanto, algumas observações:
– Não recomendo a introdução ter mais linhas que os desenvolvimentos, aliás, a introdução é o parágrafo que geralmente tem menos linhas nas redações nota mil, então se fosse você aprofundava mais o Desenvolvimento 1 e o Desenvolvimento 2.
Júlia Martins da Silva
Parabeeeens! Sua redação ficou muito boa.. gostei muito da primeira analogia, contida na introdução.. me interessei pela obra inclusive.. a única coisa que tenho para sugerir, é que você detalhe mais a sua conclusão… e talvez equilibrar melhor a quantidade de linhas por paragrafo… ademais, gostei muito mesmo..
Parabéns pelo empenho..