Como incluir o habito da leitura no âmbito social ?

Durante o período da idade média, a prática da leitura, escrita e produção de conhecimento era realizada exclusivamente pelo clero e nobreza feudal. Esse aspecto excludente do acesso á cultura assemelha-se a realidade brasileira, na qual a leitura e um hábito pouco difundindo devido aos efeitos da desigualdade social e do mal investimento em educação. Diante disso, convém analisar tais efeitos que colaboram para a manutenção desse cenário desigual.
Em primeiro plano, é importante observar que a desigualdade social dificulta o acesso e elitiza o hábito da leitura. De acordo com dados do ibope (instituto brasileiro de opinião e estatística), apenas um quarto da população brasileira já frequentou uma biblioteca na vida. Sob esse cenário, infere-se que a má distribuição de renda e ausência de bibliotecas públicas em regiões menos favorecidas ou com alta vulnerabilidade social tornam o livro um artigo de custo elevado e difícil acesso.
Ademais, outro fator a ser analisado, é a distribuição desproporcional dos recursos para educação. Segundo dados do Fundo monetário Internacional de 2019, o Brasil integrava a lista das dez maiores economias do mundo. Entretanto, tamanha riqueza não tem reflexos na qualidade da educação, visto que os recursos do PIB ( produto interno bruto) destinados ao ensino básico são muito inferiores se comparados com o universitário. Essa defasagem na distribuição recursos para ensino infantil, responsável por iniciar o processo de alfabetização e letramento, tem como consequência a precarização da educação pública e o estímulo ao analfabetismo funcional.
Nesse contexto, urge que medidas sejam implementadas para reverter esse quadro. Dessa forma, cabe á secretária especial da cultura promover a organização e criação de feiras literárias, bibliotecas móveis e plataformas digitais de leitura gratuita, através de parcerias com empresas do setor editorial, ONGs, estados e municípios. Tal ação democratiza o acesso á cultura e fomenta o hábito da leitura. Ademais o ministério da educação deve investir no ensino básico, por meio da redistribuição de recursos com o fito de melhorar a qualidade da educação. Sendo assim, seria possível difundir o gosto pela literatura nas diversas camadas da sociedade brasileira.