Como ideias anti-vacinas afetam as futuras gerações brasileiros

O livro “Gattaca”, de Frank Thilliez, aborda uma perspectiva sobre o genoma humano e sua evolução como espécie. O livro apresenta a teoria – absurda e cientificamente refutada – da existência de um gene especificamente ligado a pessoas canhotas que as tornariam mais violentas que pessoas destras. Hodiernamente, fora da ficção, circulam entre os brasileiros ideias anti-científicas sobre como vacinas afetam seus receptores de forma maligna, causando alterações em seus genes e, consequentemente, doenças.  Essas concepções afetam maleficamente as novas gerações brasileiras e devem ser combatidas.

Em primeira instância, nota-se que há desinformação entre os novos adeptos dessas teorias, uma vez que noções básica de biologia desvencilham quaisquer argumentos utilizados para a defesa dessas teses inverídicas. Segundo a presidente do Instituto Brasileiro de Imunologia, Isabela Ballalai, as “fake news” tornaram-se um obstáculo contundente para a imunização nacional efetiva: “Antes tínhamos problemas como acessibilidade aos povos ribeirinhos, e ainda temos[…], hoje, as redes sociais chegam antes de nós”, afirma a médica em entrevista a Folha UOL. É evidente e preocupante o fato da velocidade de disseminação de ideias anti-vacinas, que atrapalham os profissionais brasileiros de exercerem suas funções.

Em consequência disso, o número de casos de doenças já erradicadas no Brasil têm crescido. De acordo com o DataSus (sistema de Estatísticas Brasileiro do Sistema Único de Saúde), o índice de cobertura de vacinação nacional vem diminuindo a cada ano, em 2012 chegou a 95%, já em 2016 estava em 75,6% . Isso vem sendo associado ao aparecimento de casos de sarampo e pólio (doenças não encontradas no país desde 1994 ) nos estados do Amazonas e Roraima, tendo como principais portadores crianças e bebês. Isso mostra, o descaso evidente dos pais, que convencidos com ideias absurdas, ajudam a propagar doenças não imunizando seus filhos.

Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para a coerção do problema exposto. Primeiramente, o Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Saúde devem aplicar o “Projeto Minha Amiga Vacina”, que distribuirá, nas escolas, uma coleção de livros e cartelas sobre a importância de ser vacinado, explicando de forma lúdica e de fácil compreensão o real processo de imunização, implementando ainda atividades como teatro, produção de histórias em quadrinhos para as crianças, e palestras com profissionais da saúde direcionada aos pais das mesmas. Assim, forma-se-á uma geração conscientizada, imune a desinformação e outras doenças.