Combate a gordofobia na sociedade brasileira

O artigo 5° da Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, afirma que todos os cidadãos são iguais perante a lei. Entretanto, não é isso que se observa na sociedade brasileira, principalmente em relação ao preconceito sofrido por pessoas gordas. Diversos entraves podem ser constatados no combate à gordofobia no Brasil, tais como, a negligência midiática e os atuais padrões estéticos de magreza extrema. Dessa forma, cabe a discussão dos
impasses que dificultam a resolução desse problema
Primeiramente, destaca-se que a mídia possui um grande poder de influência social, além de ser instrumento de veiculação informacional. Entretanto, muitas vezes, falha em cumprir seu papel, o que pode ser constatado no caso da gordofobia no Brasil, que é pauta midiática raríssima no país. Sob essa perspectiva, é correto afirmar que tal fator causa a desinformação populacional acerca desse preconceito, por isso, os cidadãos não agem para combatê-lo, uma vez que, de acordo com Émille Durkheim, o indivíduo só pode agir a medida que conhece o contexto em que está inserido.
Ademais, cabe também expor que a má influência midiática não é o único entrave no combate a gordofobia na sociedade brasileira. Pode-se destacar também que, os padrões de belezada hodiernidade, de magreza extrema e ossos a mostra, colaboram com a perpetuação do senso comum de que apenas o magro é belo, o que pode potencialmente aumentar a ocorrência de
ataques gordofóbicos no país, uma vez que, reforça a ideia de que pessoas acima do peso não se encaixam nos padrões estéticos socialmente aceitos, por isso são passíveis de julgamentos. Tal crescimento dificulta ainda mais o combate do problema abordado, uma vez que, de acordo com o conceito de Banalidade do Mal de Hannah Arendt, quando atos violentos ocorrem com frequência na sociedade, os indivíduos tendem a deixar de vê-lo como errado.
Em suma, faz-se necessário que o Ministério da Cidadania, responsável por integrar direitos humanos, saúde e assistência social para o desenvolvimento da sociedade, crie campanhas educacionais, e palestras, que circulem em redes sociais, sites de moda, revistas, locais de trabalho e escolas, afim de informar a população sobre a gordofobia e seus prejuízos na vida de quem sofre tal preconceito, pois, de acordo com o supracitado, uma vez que os cidadãos conhecerem o problema, serão capazes de combatê-lo. Além disso, grandes marcas de moda, principais responsáveis pelo estabelecimento e perpetuação de padrões estéticos, devem incluir pessoas acima do peso em suas campanhas, no intuito de assegurar o que está previstos na Constituição Brasileira.