Ciclo espontâneo ineficaz

É justificável cometer um crime para vingar outro crime?

De acordo com o filósofo Jean Paul Sartre, a violência seja como for que se manifeste, será sempre uma derrota. Sendo assim, não é justificável “resolver” um crime com as próprias mãos para vingar outro, pois isso torna um ciclo espontâneo ineficaz, o qual ao invés de resolver o ato acaba gerando uma cultura do crime, e faz com que o violentador e a família violentada sofrem.
À partir deste pensamento, é possível afirmar que a vingança com as próprias mãos é desastrosa, visto que o criminoso comete o ato devido estar sofrendo internamente consigo mesmo e procura curar-se afetando outras vidas. Assim, em geral como o réu, entes queridos da vida afetada procuram sanar a dor afetando vidas próximas do criminoso primário, as quais podem serem inocentes e pagarem suas vidas por uma cultura do crime que não concretizaram.
Desse modo, é notório que esta cultura não resolverá e não justificará uma vingança, uma vez que o que era para ser resolvido por profissionais especializados na área criminal, estes que são treinados para lidar com casos penais, é resolvido por pessoas no calor da emoção, intuitivamente, sem ter noção racional do que está fazendo. Assim, causando dor nas famílias dos afetados e em si próprio, além de serem penalizados ou sobreviverem fugindo do crime cometido.
Portanto, assim como cita o pensador, a violência manifestada, de qualquer maneira é sim uma derrota, o qual o culpado sai derrotado. Desse modo, é imprescindível que essa reflexão e inúmeras outras sejam um guia para as pessoas. Para tanto, faz-se necessário que essa ação origine das escolas, por meio de alunos capacitados, levando até empresas e instituições reflexão sobre o pensar antes de agir, pois como cita o pensador Leonardo Boff, cada um lê e interpreta a partir de onde os pés pisam, e talvez essas pessoas que pisam na criminalidade não vejam outra maneira de vingar-se.