CIBERCONDRIA E AUTOMEDICAÇÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA

No seriado americano “Todo mundo odeia o Cris”, a personagem Rochelle em um episódio oferece a seus filhos e marido um xarope qualquer, sem receita médica quando eles apresentam alguma doença. No Brasil não é tão diferente já que a atitude de Rochelle se encaixa na de muitas famílias. No entanto, a cultura da cibercondria, principalmente entre jovens, acaba influenciando-os a consumirem medicamentos de performance sem consulta médica. De fato, o uso constante destes atraem efeitos colaterais inesperados.

Consoante a uma reflexão do livro “A Sociedade do Espetáculo”, de Guy Debord, o espetáculo de uma sociedade perfeita não condiz com a realidade vivida. Por isso, alguns jovens optam por consumir remédios que aumentará sua performance diante de casos diversos, os principais são: vestibulares e concursos públicos. Afim de alcançar suas metas nesses processos seletivos, muitos fazem buscas rápidas na internet e acabam achando a “carta na manga” que irá ajudá-los.

Porém, de acordo com o poeta Pablo Neruda: “você é livre para fazer suas escolhas mas é prisioneiro das consequências”. então, é certo que todo medicamento consumido pode gerar efeitos colaterais, no pior dos casos, de porte prejudicial, sendo este um risco que eles correm. Isso ocorre pela falta de informações práticas que muitas vezes as bulas do produto as apresentam de forma muito técnica.

Em suma, cabe ao Ministério da Saúde elaborar um projeto de lei entregue à câmara dos Deputados propondo que seja de obrigatoriedade dos fabricantes de remédios inserir na caixa do produto informações claras e de fácil entendimento acerca dos efeitos colaterais causados, como a indicação de frequência e quantidade de uso. Espera-se dessa forma, que as pessoas fiquem melhor informadas e cientes no caso de algum remédio provocar efeitos maléficos e que, no pior dos casos, ao procurar um profissional de saúde, este tenha maior facilidade no diagnóstico.