CAMINHOS PARA COMBATER A INTOLERANCIA RELIGIOSA NO BRASIL

Em 1500, quando o Brasil foi colonizado pelos portugueses, a catequização dos índios deixou explícito o desrespeito que sofreram em relação a sua fé. No cenário nacional atual, a intolerância religiosa é uma realidade que deve ser combatida para assegurar o direito de ir a vir garantido pela Constituição.
De acordo com um levantamento feito pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, entre os anos de 2011 a 2014, cerca de 20% das denúncias realizadas envolveram violência física, embora tal ato seja considerado crime. Igualmente, apesar de parecer ocorrer de uma forma mais branda, todos já presenciamos ou fizemos piadas e brincadeiras de cunho religioso que ridicularizaram a crença de alguém. No Oriente Médio, cristãos foram acorrentados e degolados por extremistas terroristas devido a recusa de negar Jesus, o que evidencia que esse não é um problema exclusivo do nosso país, mas do mundo.
Para fim de conscientização e reflexão, a laicidade do nosso país deve ser entendida como um aval para que todos ocupem um lugar de fala onde possam discordar, apoiar e expressar sua opinião, sem o direito de invadir, agredir e desrespeitar o próximo de qualquer forma que seja.
Portanto, é necessário que haja um enrijecimento da lei, realizado pela Polícia Federal, para tornar intolerância religiosa de qualquer caráter crime hediondo, com pena de dois a três anos de detenção. Além disso, devem ocorrer palestras educativas em lugares públicos e nas escolas com, inclusive, o objetivo de complementar as aulas de ensino religioso, para educar e ensinar os cidadãos sobre a gravidade de caçoar e desrespeitar a fé de qualquer pessoa. Ainda que infelizmente seja vista de forma banal, a racionalização por meio da educação é a única forma de transformar verdadeiramente pessoas, como afirma em outras palavras o filósofo Immanuel Kant ”o homem é aquilo que a educação faz dele”.