Caminhos para combater a dificuldade do controle de doenças

Historicamente, pandemias, epidemias e doenças sazonais têm sido contidas com medidas preventivas e vacinação. Entretanto, atualmente, somente tais medidas não têm sido suficientes para controlar esses problemas, pois há fatores que devem estar associados ao controle de doenças e não estão sendo discutidos com pontualidade. Logo, faz-se necessário a discussão acerca da automedicação e seus efeitos na dificuldade de controle de enfermidades e dos reais interesses da indústria farmacêutica com relação a esse problema.

É de conhecimento geral que a automedicação é um problema e deve ser evitado, porém a população ainda utiliza os medicamentos de forma indiscriminada. Segundo uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos últimos seis meses dizem que utilizam de forma  frequente remédios sem prescrição de um médico. Com outras palavras, mais da metade das pessoas entrevistadas podem estar criando dentro de si, com esse hábito, uma variante de um vírus, bactéria ou qualquer outro organismo que ocasione doença, dificultando seu combate. Um exemplo de caso assim é o que ocorreu em larga escala a partir de 2010, quando houve o surgimento de superbactérias que eram resistentes a antibióticos muito fortes ocasionado pelo uso inadequado de medicamentos. Dessa maneira, pode-se observar o quão prejudicial pode ser a automedicação e como a dificuldade de controlar doenças é, também, fruto desse problema.

É preciso pontuar como a indústria farmacêutica mundial age para combater as doenças na contemporaneidade. No livro de Kevin Trudeau “Curas naturais que ‘eles‘ não querem que você saiba”, ele nomeia a oficina farmoquímica como a “indústria de cuidados das doenças” e critica a obsolência programada das empresas que produzem os fármacos. O autor ainda conta que já há remédios naturais para curar diabetes, por exemplo, porém a indústria farmacêutica comprou, por 30 milhões de dólares, o silêncio dos pesquisadores que fizeram tal descoberta. Possivelmente, se todos soubessem dessa cura natural os medicamentos para essa doença não seriam mais tão vendidos e a indústria que os produz poderia falir. Dessa forma, pode-se traçar um paralelo entre a dificuldade de combater doenças e a atuação duvidosa da indústria, fazendo com que, em nome do dinheiro, pessoas fiquem dependentes de seus medicamentos para sobreviverem a uma enfermidade que talvez já exista cura. Assim, é possível perceber como a indústria farmacêutica atua em prol da permanência das doenças visando ao lucro.

Em virtude dos fatos mencionados, percebe-se que são necessárias medidas para que o problema possa ser solucionado. Cabe ao Ministério da saúde dificultar o acesso a remédios que possam atrapalhar o controle de doenças, por meio de um projeto de lei entregue à câmara, de forma que só possa ter acesso àqueles medicamentos sob prescrição médica. Dessa maneira, o problema da automedicação poderá ser barrado no país. Ademais, outra medida cabível seria o ministério da ciência e tecnologia investir em pesquisadores autônomos e pequenos laboratórios de pesquisa para enfraquecer o monopólio da indústria farmacêutica. Quem sabe assim a dificuldade no controle de doenças no Brasil possa ser erradicada.