Assédio no Brasil contemporâneo

No filme “O Escândalo”, baseado nos acontecimentos na emissora Fox News no ano de 2016, o presidente Roger Ailes, durante anos, abusa do seu poder para assediar as funcionárias que queriam uma participação maior na emissora. Diante disso, a conjuntura dessa análise se faz presente no Brasil atual. Essa realidade deve-se principalmente a naturalização do assédio e a falta da abordagem do assunto no ensino básico. Logo, medidas fazem-se necessárias à resolução da problemática.

Em primeiro plano, é importante atentar-se ao fato de que no filme, muitas funcionárias da Fox News naturalizavam o assédio, seja por medo, por vergonha ou por autoculpabilizacao. Segundo a escritora Simone de Beauvoir: “O pior dos escândalos é que nos acostumamos a eles”. Sob essa visão, é notório que muitas mulheres propendem a silenciar-se diante das situações como o assédio. Como prova de tal afirmação, tem-se dados do site vagas.com, o qual constatou que 87% das vítimas não denunciam assédio no trabalho. A naturalização de tal problema ocasiona o aumento dessa porcentagem.

Outrossim, na ótica de Immanuel Kant:“ O homem é aquilo que a educação faz dele”. Com esse ponto de vista, nota-se que as instituições de ensino tem forte influência na formação social do indivíduo, e, palestras educativas contra o assédio contribuiria para a ética do cidadão. Entretanto, essa finalidade apresenta-se dificultada, visto que a falta de preparo do corpo docente e a precariedade na estrutura escolar ainda são observadas. Essa afirmação se faz verdadeira por conta dos altos números de escolas regulares e universidades que não apresentam, em sua maioria, palestras sobre o assédio. Nesse sentido, sem a educação necessária, a “cultura do assédio” ainda se mostrará ativa.

Diante do exposto, urgem as seguintes apelativas: O Ministério da Educação (MEC), por meio de verbas públicas, deve promover palestras, através da escola e da internet, onde abordarão temas como a importância da denúncia e as consequências do assédio no Brasil. Assim, o número de pessoas assediadas no Brasil diminuirá de forma gradual, com a ajuda da educação. Com ênfase a frase de Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.