As mídias sociais como impulsionadoras na busca pela perfeição

Durante o período compreendido como Romantismo, o artista romântico tende a idealizar tudo, as coisas não são vistas como realmente são, e sim, mediante a uma óptica pessoal de perfeição. De maneira análoga, essa idealização assemelha-se ao atual cenário brasileiro, a medida que cresce cada vez mais a influência da mídia social sob a vida das pessoas, ditando padrões estéticos inalcançáveis e de vidas perfeitas.

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, as redes sociais são muito úteis, oferecem serviços prazerosos, mas são uma armadilha. Através desse viés, é possível depreender que elas são um dos principais meios para tal disseminação. É comum entrar no Instagram, Facebook ou Whatsapp, e se deparar com corpos exuberantes, vidas luxuosas e a felicidade sempre estampada. Algo recorrente também se trata da competição por likes, quanto mais tiver, maior é a popularidade e a sensação de satisfação, criando um ciclo vicioso.

Ademais, em muitos casos essa exposição acaba gerando uma comparação entre a vida de quem está vendo e quem está sendo visto, fazendo com que a pessoa sinta-se frustrada por não ter a vida ideal que o outro mostra ter. Como já dizia o poeta Fernando Pessoa “Adoramos a perfeição porque não a podemos ter”. O problema passa a ficar mais sério quando isso afeta diretamente a saúde mental do indivíduo, podendo acarretar no transtorno de ansiedade, depressão e até levar ao suicídio.

Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir o fim da falsa perfeição. Dessa maneira, urge que o Ministério da Educação promova palestras com cunho informativo a respeito de tal obsessão e como ela pode ser prejudicial, a fim de proporcionar novamente a estabilidade mental das pessoas. Desse modo, a sociedade brasileira se libertará dos preceitos compreendidos no Romantismo.