As mídias sociais como impulsionadoras da busca por uma perfeiçao utópica

Na obra ‘’Utopia’’, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que as influências das redes sócias e alienação apresentam barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto da alienação popular, quanto da necessidade de demonstrar felicidade. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.

Precipuamente, é crucial pontuar que o padrão de beleza imposto pelos meios de comunicação deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne á criação de mecanismo que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido á falta de ação das autoridades, a idealização da vida perfeita padronizada influenciada pelas mídias sócias, passa a sociedade uma percepção ilusória, obtendo resultados em problemas psicológicos como depressão e ansiedade. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

Ademais, é imperativo ressaltar a falsa felicidade nas redes sócias como promotor do problema. De acordo com um levantamento realizado pela ONG inglesa Girlguiding, uma em cada três jovens entre 11 e 21 anos comparam suas vidas com a de outros, através de redes sócias. Partindo desse pressuposto, internautas com um menor poder aquisitivo se idealizam como os indivíduos de alto padrão de vida, criando assim um desejo de atingir a ‘’perfeição’’, que quando não alcançada, se alimentam ainda mais a comparação. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que a inautenticidade de pessoas na mídia contribui para a perpetuação desse quadro deletério.

Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da problemática na sociedade brasileira. Dessarte, com o intuito de mitigar a incansável busca pela perfeição nas mídias, necessita-se, urgentemente, que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Governo, será revertido em fiscalização das mídias sobre a sociedade, totalizando as influências, através de programas virtuais de monitoramento. Ademais, atividades lúdicas que visem a educação social dos alunos acerca da midiática podem ser realizados nas escolas tendo por finalidade conscientiza-los para que formem seu próprio senso crítico. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo da ilusão das mídias, e a coletividade alcançará a Utopia de More.