Analfabetismo Digital

        A constituição de 1988, a lei máxima de um país, prevê em seu artigo 5, o direito de acesso a informação como inerente a todo cidadão brasileiro, conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa o analfabetismo tecnológico, dificultando, deste modo, a universalização desse direito social tão importante. Diante dessa perspectiva , faz-se imperiosa a análise dos fatores: a desigualdade econômica e o uso inadequado que corroboram esse quadro.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater o analfabetismo digital. Nesse sentido, a desigualdade econômica ocasiona na exclusão de determinada parcela da sociedade ao acesso a informação e a educação, uma vez que o índice Gine nos mostra que menos da metade da população detêm toda a riqueza do Brasil. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo Karl Marx configura- se que nem todos tem acesso fácil a tecnologias que permitem acesso a informação, o que infelizmente é evidente no país.
Ademais, é fundamental apontar o uso inadequado da tecnologia como impulsionador da disseminação de fake news no Brasil. Segundo a revista britânica “The Economist”, o Brasil ocupa a 4º posição de confiança em informações compartilhadas. Diante de tal exposto, a descrença a fatos reais, intolerância a opinião alheia, entre outros, perpetuarão no país de. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o estado, por intermédio de incentivos a educação digital, promovendo campanhas de educação e inclusão digital, juntamente com auxílio de capital,a fim de aumentar o domínio e a equidade digital . Assim, se consolidará uma sociedade mais igualitária, onde o estado cumpra corretamente seu compromisso em exercer os artigos da constituição brasileira perante a sociedade.