Adequação do jovem ao futuro do mercado de trabalho

No filme “Tempos Modernos”, estrelado por Charles Chaplin, é apresentada a rotina repetitiva e alienada de trabalhadores durante a vigência do modelo fordista de produção. Assim como as características dessas atividades foram superadas com o decorrer dos anos, a atual forma de trabalho também está sendo modificada com a introdução de tecnologias. Acerca disso, problemas no sistema educacional e a falta de inclusão digital são empecilhos que precisam ser superados para garantir a adequação dos jovens a esse novo mercado de trabalho.

A partir desse cenário, pode-se afirmar que o vigente modelo de ensino está ultrapassado pois, forma indivíduos sem as qualidades que as vagas de emprego exigem. Sob tal perspectiva, o dramaturgo George Bernard Shaw afirma: “O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada”. Nesse sentido, fica claro que para originar profissionais que se ajustem às transformações trabalhistas, o ensino das escolas precisa mudar para estimular a capacidade intelectual, o raciocínio e a interação social. Logo, o aprendizado passivo e distante das vivências dos alunos deve ser substituído.

Ademais, como diferentes profissões têm exigido cada vez mais conhecimentos tecnológicos, a dificuldade de acesso aos meios virtuais é uma barreira para a entrada no mercado de trabalho. Com base nisso, segundo dados do IBGE, em 2019, cerca de 12 milhões de residências não estavam conectadas à internet no Brasil. Dessa forma, nota-se que vários empregos deixarão de existir nos próximos anos enquanto novos serviços surgirão com as tecnologias, porém, em razão da exclusão digital, milhares de jovens não terão a oportunidade de se realocarem nesse contexto. Sendo assim, fica claro que para que todos tenham as mesmas oportunidades nas vagas de trabalho, precisa ocorrer a democratização da internet.

Portanto, medidas são necessárias para a resolução do problema. A fim de adequar o ensino das escolas às novas exigências do mercado de trabalho, urge que o Ministério da Educação realize mudanças na Base Nacional Curricular Comum, mediante a inserção de atividades e disciplinas que desenvolvam as competências imprescindíveis para as ocupações, como: liderança e pensamento crítico. Também, para permitir o acesso às tecnologias, computadores e notebooks devem ser disponibilizados nas instituições de ensino. Só assim, como a sociedade se adaptou ao fim do fordismo, também se adaptará às novas mudanças.