Acesso dos pobres à cultura no Brasil

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, há a retratação de uma sociedade perfeita, na qual essa se padroniza pela ausência de problemas. Contudo, ao observar a realidade, nota-se que o exposto de More apresenta um equívoco, uma vez que o pouco acesso da população de baixa renda às esferas de cultura no Brasil é uma barreira para a conclusão do plano do autor. Dessa maneira, em razão da falta de aplicabilidade das leis e de uma negligência midiática, emerge uma problemática, que exige ser solucionada urgentemente.

Primordialmente, faz-se mister citar uma lacuna na aplicação das leis como sendo um fator fomentador do problema. Segundo a Constituição Federal Brasileira, é dever do Estado promover à população, entre outros aspectos, bem estar e cultura. Entretanto, contradizendo a teoria legislativa, esses direitos não alcançam toda população, tendo a camada desfavorecida financeiramente como sendo uma das mais afetadas por esse desleixo. No que tange ao acesso de pessoas de baixa renda à cultura, verifica-se uma latente influência dessa causa, já que faltam investimentos do setor governamental para que essa parcela da sociedade possa vivenciar uma experiência democrática nessa área. Dessa forma, é indubitável que essa postura é prejudicial.

Ademais, a questão encontra forma de expansão no silenciamento da mídia. De acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser mecanismo de democracia não deve ser convertido em instrumento de opressão. Nesse viés, é possível notar que a mídia, geralmente, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da conjuntura social, colabora com a propagação do problema, visto que a omissão dos meios de comunicação acerca do baixo índice de acesso da população pobre à cultura no Brasil ocasiona a falta de conhecimento da sociedade a respeito dessa problemática, dificultando sua erradicação. Desse modo, a mídia perpetua essa triste realidade.

Portanto, a fim de mitigar os efeitos desse fato, medidas devem existir. Para isso, urge que o Ministério da Cidadania efetue palestras com a presença de assistentes sociais, bem como em entrevistas com pessoas desfavorecidas economicamente. Tais ações devem ser transmitidas via web e publicadas nas redes sociais do órgão supracitado, objetivando alcançar um maior público e trazer mais lucidez sobre as dificuldades do acesso da população pobre à cultura no Brasil.
(Dêem uma nota de acordo com o Enem)