A supervalorização dos laços sanguíneos leva a sociedade a ignorar problemas familiares.

Na saga literária britânica, “Harry Potter”, o personagem Draco Malfoy é um adolescente perseguido por sequelas de sua infância provocadas por seus pais, uma vez que sofreu abusos psicológicos, agressões físicas e bullying, tudo isso dentro de um ambiente familiar. Dessa forma, nota-se uma semelhança entre a ficção e a realidade, já que centenas de pessoas sofrem abusos intrafamiliares e permanecem “estáticas” pelo fato de terem um laço sanguíneo com os agressores.

Entretanto, este pensamento tem origem religiosa, uma vez que, para o cristianismo, a família é algo sagrado e deve ser apoiada e mantida a todo custo. Esta opinião permaneceu até os dias atuais, porém, vem sendo posta em prática ao extremo, colocando, até mesmo, os Direitos Humanos como “plano de fundo”. Ademais, o índice de depoimentos de vítimas de empecilhos entre familiares vem crescendo cada vez mais no Brasil, de acordo com o G1.

Contudo, é importante destacar o grande número de abusos sexuais entre parentes, sejam tios, pais, primos ou irmãos e vale ressaltar que, na maioria dos casos, o restante da família tende a encobrir o acontecimento para que não sejam mal vistos pela sociedade, colocando a imagem à frente do bem estar de seus entes queridos. De acordo com Thomas Hobbes, “O homem é o lobo do próprio homem”, com isso, nota-se a necessidade de desconstrução da família perfeita em questão.

Portanto, a fim de solucionar o problema, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos deve promover campanhas para jovens e adultos sobre o autocuidado no ambiente familiar, mostrando como detectar atitudes tóxicas ou abusivas e como se defender diante delas, além de trabalhar a sociedade com o intuito de diminuir o índice de abusos familiares na sociedade contemporânea.