A superação da exclusão digital para a redução da desigualdade social

Com advento da globalização e aos novos meios de comunicação, o mundo ficou mais interligado e a tecnologia proporcionou a redução das barreiras territoriais por meio da Internet. Porém, esse processo é seletivo e excludente, tendo em vista que nem todos tem acesso à Internet, o que agrava a desigualdade social. Nesse sentido, destacam-se a escassa infraestrutura em algumas regiões do Brasil e alto valor dos serviços digitais como fatores que colaboram com a exclusão digital.

Em primeiro plano, é dever do Estado garantir uma infraestrutura de qualidade, assim como previsto pela Constituição de 1988, entretanto, ele é ineficiente, o que contribui com as disparidades presentes nas regiões. Segundo Milton Santos, o que ocorreu no Brasil foi uma macrocefalia urbana, ou seja, uma urbanização acelerada e desorganizada, o que reflete na precária infraestrutura no Norte e Nordeste, por exemplo. Nessa perspectiva, essas regiões não apresentam recursos suficientes para a instalação dos serviços digitais como a Internet e quando possuem, não é de qualidade, o que evidencia a exclusão digital e a desigualdade social. Além disso, os mecanismos digitais surgiram para melhorar a vida da sociedade, porém, na atual conjuntura, serve para revelar as disparidades econômicas nas diversas regiões do país. Assim, nota-se a importância da inclusão digital para diminuir as desigualdades sociais.

Ademais, o alto valor cobrado pelos aparelhos, serviços e sistemas digitais também favorece a exclusão e a segregação social. Nesse contexto, esses mecanismos estão acessíveis para quem tem grande poder aquisitivo, assim, a população das camadas mais baixas não estão inclusos nessa logística. Diante disso, por exemplo, observa-se como a pandemia da Covid-19 explicita as desigualdades sociais, tendo em vista que devido ao distanciamento social, o acesso às ferramentas digitais, como a Internet, foram essenciais para dar continuidade as atividades diárias. Além disso, as famílias mais carentes, por não terem condições de financiar os serviços digitais, recebem informações limitadas e moldadas pelas redes televisivas, ou seja, ao invés da informação servir como um recurso para exercer a cidadania, torna-se uma forma de manipulação exercida pela mídia. Logo, democratizar o acesso aos sistemas digitais é fundamental para amenizar a desigualdade social.

É notório, portanto, que medidas devem ser adotadas para evitar que a exclusão digital intensifique a desigualdade social. Desse modo, é necessário que o Ministério do Planejamento em conjunto com as secretarias locais melhore a estrutura das regiões mais carentes, para assim, permitir a instalação da internet nesses locais. Além disso, é fundamental que os sistemas de comunicação em parceria com o Ministério da Tecnologia forneça a população planos de internet gratuitos ou de baixo valor, bem como os aparelhos digitais, de modo a possibilitar o acesso desses serviços para toda a população. Assim, ao colocar em pratica essas ações, a problemática será amenizada.