A saúde mental do trabalhador brasileiro.

O clássico filme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, reflete a forma pela qual o trabalhador era submetido na produção em massa, no início do século XX, na qual o indivíduo era visto como mero instrumento de trabalho, gerando, assim, a insatisfação e a instabilidade mental no funcionário. Todavia, no cenário atual, há ainda um descaso por parte das organizações no que tange à qualidade de vida do trabalhador, já que a rotina e o trabalho repetitivo e desmotivador criam no indivíduo sentimentos como ansiedade e depressão.

Conforme pesquisa da Isma-BR – representante local da “International Stress Management Association”- nove em cada dez brasileiros têm sintomas de ansiedade, do grau mais leve ao incapacitante. Esses dados comprovam que a instabilidade mental do trabalhador é um dos fatores de rotatividade no âmbito do emprego, tendo em vista a precariedade dos serviços de apoio psicológico nas Instituições de trabalho.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos determina que todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção ao desemprego. Com base nessa premissa, é fundamental refletirmos acerca da relevância das Instituições promoverem no seu quadro de atuação programas de acompanhamento psicossocial e motivacional aos funcionários, tornando-os, assim, mais proativos e mentalmente aptos.

Desse modo, especialistas e poder público podem unir forças no sentido de elucidar a questão. Em contrapartida, o Ministério do trabalho e a própria sociedade podem formar uma rede colaborativa, utilizando-se de projetos, campanhas e palestras de cunho social para conscientizar as Organizações e, por conseguinte, promover melhorias nas condições de vida do trabalhador brasileiro. Ademais, as mídias de comunicação têm papel crucial na formação de opinião pública, podendo engajar um maior contingente de pessoas na luta pela saúde e integridade do trabalhador.