A questão do trabalho no contexto atual

No que tange ao conceito de trabalho, tem-se a noção de que é o meio pelo qual garantimos o atendimento às nossas necessidades, tais como as de subsistência. Entretanto, a desigualdade econômica e social do país culmina na falta de emprego e de melhores condições de vida, uma vez que vivemos numa sociedade capitalista, na qual os gastos sobrepõem-se às receitas auferidas, e não há investimentos suficientes na especialização do profissional do mercado.

Segundo o IBGE, quase 14 milhões de pessoas estavam desempregadas, em 2018, no Brasil. Esses dados retratam a falta de maiores investimentos do Poder Público na criação de postos de trabalho e a ineficácia na distribuição equitativa dos recursos nacionais para inserir o trabalhador brasileiro no mercado de trabalho. Ademais, a insuficiente especialização e a inexperiência do profissional no ramo pertinente exigem o fomento educacional por parte das instituições de ensino, as quais devem proporcionar melhores chances do indivíduo se destacar no meio no qual for atuar.

“Falamos tanto em desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto ao desperdício de talentos?”, indaga o filósofo suíço Alain de Botton. As organizações, em virtude do mercado competitivo, procuram contratar pessoas experientes na área da qual fazem parte, porém, não oferecendo maiores oportunidades àquelas pessoas que buscam inserir-se no mercado de trabalho. Em decorrência disso, o mercado torna-se restrito e os índices de desemprego aumentam, provocando, portanto, a instabilidade na economia do país.

Dessa maneira, o fenômeno trabalho e os problemas associados a essa questão merecem maior atenção por parte da sociedade e do Estado. O Ministério do trabalho pode destinar maiores recursos à expansão das ofertas de emprego, oferecendo chances a toda a população, com vistas a promover a inserção do trabalhador no âmbito profissional. Além disso, as empresas podem investir em programas de treinamento, visando capacitar os indivíduos que compõem a sua estrutura, qualificando-os a atuar de modo efetivo e, por conseguinte, gerar produtividade e satisfação a todos os envolvidos. E, sobretudo, o profissional deve sempre se especializar, buscando desenvolver-se constantemente através de cursos e de trabalhos alternativos, tendo por objetivo agregar conhecimento e ganhar experiência, que é fator preponderante na seleção do profissional.