A questão do índio no Brasil contemporâneo (Não é Enem)

(Estou estudando para a redação da EAOAP, banca FAB (Aeronáutica). Nela não há necessidade de uma proposta de intervenção, não é nem aconselhável. A redação é dissertativa-argumentativa, no máximo 30 linhas. O candidato começa com 1000 pontos e vai perdendo pontos de acordo com esses quesitos:

I EXPRESSÃO:
Pontuação, ortografia, caligrafia, vocabulário,
acentuação gráfica e morfossintaxe = 0,2000 por cada erro
cometido relacionado a cada
um dos aspectos avaliados.

II ESTRUTURA:
Paragrafação = até 0,5000 por cada erro
cometido.

III CONTEÚDO:
Pertinência ao tema proposto = até 1,5000.
Argumentação coerente = até 1,5000.
Informatividade = até 1,5000.)

(O erro ortográfico idêntico será computado apenas uma vez.)

Segue a redação:

                Na 1ª Geração do Romantismo, no século XIX, criou-se uma imagem do índio de forma heroica na poesia, a fim de associá-la à construção de um sentimento nacionalista no Brasil. No entanto, nota-se que tal figura é superficial e, em verdade, foi consolidada apenas no plano literário e não no âmbito social, uma vez que o índio, na contemporaneidade, muitas vezes, ainda é marginalizado e até esquecido pela população.

                 De início, é notório destacar que o reflexo histórico contribuiu para que os índios perdessem seu espaço e fossem subjugados pelo uso da violência. Outrossim, desde o século XVI, momento em que começa o processo colonizador no Brasil, a imposição de portugueses em relação aos nativos se deu a partir da opressão, sobreposição do catolicismo sobre as religiões já existentes, a exploração da natureza para fins comerciais e a imposição da língua portuguesa sobre as variações linguísticas indígenas. Esses são exemplos de seu extermínio cultural.

                   Ademais, a luta pelo território torna-se um problema cultivado pelas relações de poder. Dessa forma, o agronegócio é uma das principais movimentações econômicas do país, destarte, há fazendeiros que, com o intuito de obterem ainda mais lucros, expandem as suas fronteiras agrícolas a regiões destinadas aos índios, o que resulta em conflitos e perda de território indígena. Tal fato contraria os Diretos Constitucionais, que garantem a posse dos índios sobre as terras tradicionalmente já ocupadas.

                   Portanto, por mais que no passado os índios eram vistos como heróis nacionais, no Brasil hodierno é desvalorizado e culturalmente esquecido. Os mesmos têm seus direitos prejudicados pelos interesses da bancada ruralista. Com isso, fica evidente a falsa construção de uma sociedade que só valoriza os povos originários do país na literatura.