A questão da evasão escolar no Brasil

se possível, corrijam dando notas a cada uma das competências!

No livro Capitães da Areia, do autor modernista Jorge Amado, é exposta a vivência de Pedro Bala, um adolescente pobre e excluído da sociedade que encontra na criminalidade seu modo de sobrevivência. Nesse contexto, é possível relacionar a história do personagem com a de inúmeros jovens na atual conjuntura brasileira, tendo em vista a questão da evasão escolar e, consequentemente, a marginalização desse grupo. Dessa forma, entende-se como fatores catalisadores desse problema a falta de incentivo estatal e desinteresse dos indivíduos em estudar.

Em primeira instância, é válido destacar as mazelas acarretadas pela atuação deficitária dos órgãos governamentais. Conforme a teoria contratualista hobbesiana, é dever do Estado assegurar o bem-estar físico, mental e moral do cidadão. Sob este viés, a baixa qualidade do ensino ofertado juntamente aos problemas logísticos – infraestrutura inadequada, baixo auxílio monetário e desqualificação dos professores – caracterizam um contraste com o que foi proposto por Hobbes. Dessa maneira, denuncia-se uma situação contraditória, na qual deseja-se o fim do imbróglio mas nada é feito para alcançar esse objetivo.

Paralelamente, atenta-se ao afastamento dos jovens da escola em razão do desafeto que esse grupo tem pela instituição. Consoante a uma pesquisa realizada pelo Tribunal de Contas da União, dos quase dois milhões de adolescentes fora da escola, cerca de metade desse número não tem mais interesse em voltar a estudar. Sob essa óptica, compreende-se que esse fator se dá em virtude do desencontro entre o que é proposto no currículo escolar e o desejo de se aprender; muitas vezes a maioria dos conteúdos estudados no ensino médio não fará parte da vivência futura do indivíduo, o que possibilita os alunos a verem o estudo como “uma perda de tempo”. Assim, nota-se a necessidade de ações que revertam esse quadro.

Portanto, é mister que os entraves tangentes à questão da evasão escolar no Brasil sejam mitigados. Urge que o Estado Brasileiro, por intermédio do Ministério da Educação e sob a Lei 13.415, de 2017, propicie alterações no currículo escolar do ensino médio que visem a dinamização e eficácia do ensino, moldando o aprendizado de cada aluno com suas respectivas capacidades e objetivos, tendo como objetivo a permanência deste na escola e a melhoria na obtenção de conhecimento; além disso, é imprescindível que haja apoio monetário às instituições escolares para resolver os problemas logísticos. Assim, será evitado que muitos jovens sejam excluídos da sociedade e se tornem “Pedros Balas”.