A Questão da desigualdade social no Brasil

<span;>No curta “Ilha das Flores”, do diretor João Furtado, é abordada a trajetória de um tomate a partir de sua colheita até o seu descarte. Por ser inútil à produção de molho o tomate é jogado no lixo, sendo posteriormente, utilizado para  alimentação de porcos, e quando tidos como inadequados para os animais, podem ser resgatados pelas famílias necessitadas. Assim, Ilha das Flores retrata o atual cenário de
<span;>desigualdade social, que é causada principalmente pelo ideal individualista da sociedade e pela carência de atuação estatal.
<span;>Em primeira análise, vale ressaltar que a desigual divisão do capital e o egoísmo da população abastada influenciam negativamente nas desigualdades. Dessa forma, o incentivo capitalista à competição e ao individualismo, que favorecem os mais ricos em detrimento das camadas mais pobres, acarretam processos como a favelização, marginalização, o desemprego e a miséria, além da precariedade da saúde e o agravamento da violência urbana, desumanizando os mais carentes. Esse cenário é semelhante ao defendido pelo teórico Rousseau, em que as disparidades baseiam-se na noção de prosperidade e riqueza particulares. Evidenciando assim, que as relações impiedosas criadas pelo consumo impedem uma grande parcela da população de usufruírem de seus direitos básicos.
<span;>Em segundo plano, os escassos programas governamentais para combater as desigualdades agravam a problemática. Ademais, por não haverem projetos de distribuição de renda e assistência médica, além da falta de acesso aos serviços básicos, a população fica a mercê da pobreza e da miséria. Portanto, o Estado torna-se uma Instituição Zumbi, descrita pelo teórico Zygmunt Bauman, em que os órgãos públicos vão em contraponto ao previsto pela Constituição de 1988, que assegura os direitos básicos da população, isentando-se da responsabilidade de garantia dos direitos civis. Deixando claro portanto, que as ações feitas pelo poderio ainda são mínimas para extinguir a desarmonia social.
<span;>Diante do exposto, fica evidente que a prioridade aos interesses particulares e a ineficiência das entidades públicas são os maiores impasses à igualdades social. Sendo assim, cabe ao Ministério Público, promover políticas de assistência social e saneamento básico, mediante o repasse de verbas para o proporcionamento de um bom atendimento público de saúde, de uma educação igualitária e da distribuição mínima de renda para as famílias mais carentes, estabelecendo assim os direitos públicos e garantindo assistência aos desabastados. Em suma, o Ministério da Economia deve atuar na criação de um projeto de geração de empregos direcionados exclusivamente para os mais carentes, possibilitando o acréscimo na renda e distanciando o Brasil da realidade de Ilha das Flores.

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