A questão da aversão ao corpo gordo na sociedade brasileira

O filme “Seven” retrata a psicopatia de um homem que almeja punir as pessoas por causa dos pecados que elas cometeram, encontrando-se, entre elas, uma pessoa obesa, a qual morreu por ser forçada a comer em excesso pelo assassino. Fora da ficção, o preconceito para com os indivíduos acima do peso existe, no território brasileiro, apesar de não chegar, majoritariamente, a consequências extremas como na obra cinematográfica.  Nesse sentido, vale ressaltar que o individualismo e a má influência midiática contribuem para a continuidade do impasse.

Em primeiro lugar, é imprescindível compreender o papel do egocentrismo para a perpetuidade da gordofobia – caracterizada pela aversão ao corpo gordo – na comunidade tupiniquim. Sob esse prisma, o filósofo polonês Zygmunt Bauman afirma que a sociedade contemporânea está pautada no egoísmo. De maneira análoga a essa afirmação, nota-se que o desprezo para com os obesos é uma demonstração de individualismo, dado que, muitas vezes, as vítimas têm sua autoestima prejudicada, o que pode levar elas a problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. Ademais, é necessário compreender que os padrões estéticos da sociedade são “pilares” que sustentam a problemática, visto que contribuem para a tendência a valorizar pessoas magras, em detrimento das que estão acima do peso.

Outrossim, a má influência midiática atua como fator de causa no impasse do preconceito para com os indivíduos em situação de obesidade. Sob esse viés, o filósofo Max Horkheimer defende que a mídia tem o poder de transformar os hábitos e valores morais de uma população. Semelhantemente, os meios de comunicação contemporâneos – como a televisão e a internet – têm facilitado a propagação de padrões estéticos, os quais, na maioria das vezes, desvaloriza os cidadãos acima do peso. Nesse ínterim, essa inclinação à aversão aos gordos pelas mídias é evidente, por exemplo, na escolha majoritária de atrizes magras para a maioria das novelas da rede televisiva da Globo.

Depreende-se, portanto, que cabe ao Poder Legislativo, por meio da elaboração de decretos de lei, a intensificação de penas para com os casos de gordofobia – dentre as quais constará a prisão de 1 a 2 anos -, com a finalidade de atenuar essas ocorrências preconceituosas. Assim, a saúde psicológica das pessoas obesas tenderá a ser beneficiada, posto que os malefícios gerados pelo desprezo social serão combatidos por lei.